Filmes

Crítica

Aos Treze

Filme de Catherine Hardwicke é calculado como alerta para os jovens

16.10.2003, às 00H00.
Atualizada em 19.04.2020, ÀS 15H09

Aos treze (Thirteen, de Catherine Hardwicke, 2003) é uma daquelas películas feitas para alertar as crianças dos riscos de drogas, más companhias e sexo na adolescência. Contém todos os elementos do gênero: uma protagonista burra e com tendências autodestrutivas, uma amiga aproveitadora disposta a levar a coitadinha para o mau caminho e uma família completamente despreparada para educar uma adolescente.

O roteiro é exatamente o que se espera.

A jovem Tracy de 13 anos, impopular na escola embora mais bonita do que qualquer garota dessa idade que eu já tenha visto (não surpreende, já que a atriz Evan Rachel Wood tem mais de treze anos...), junta-se à popular mas descontrolada Evie Zamora, que rapidamente se infiltra na sua vida e a conduz para o mau caminho, aproveitando-se da incapacidade de sua mãe riponga (Holly Hunter, em boa atuação) e do resto da família em orientar a menina corretamente.

A trama é baseado nas experiências da atriz (e co-roteirista) Nikki Reed (que interpreta Evie Zamora) quando esta tinha 13 anos (sim, ela também já é mais velha do que isso...). Difícil dizer se os acontecimentos foram exagerados para propósitos dramáticos ou não, mas não vem muito ao caso. O propósito do filme é apenas chocar, e isso ele faz muito bem.

Porém, nem tudo é ruim na produção. As atrizes principais estão muito bem em seus papéis e a fotografia é criativa e eficiente.

Mais importante, o resultado não tem a aparência artificial e asséptica das produções hollywoodianas, mas também não parece uma tosqueira feita em casa com orçamento de três reais, isso lhe dá uma aparência de realidade que ajuda a contrabalançar os piores excessos do roteiro. Se isso não o torna algo mais do que um filme educativo bem disfarçado, ao menos, deixa-o mais convincente.

Enfim, leve as crianças se quiser alertá-las contra os malefícios das drogas. Se não houver necessidade, procure uma obra mais interessante.

Nota do Crítico
Bom