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Aposta Máxima | Crítica

Não aposte todas as suas fichas

03.10.2013, às 23H38.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H25

O pôquer é um assunto riquíssimo e muito bem explorado em Hollywood. Das suas mesas já saíram ótimas histórias como A Mesa do Diabo (The Cincinnati Kid), Maverick (1994) e Cartas na Mesa (Rounders, 1998). Mas embora os cassinos de Las Vegas continuem sempre cheios de gente apostando, o século 21 e a Internet trouxeram uma nova forma de ganhar/perder dinheiro: os cassinos online.

Aposta Máxima

Aposta Máxima

Aposta Máxima

Aposta Máxima

Aposta Máxima (Runner, Runner, 2013) conta a história de um aluno da prestigiosa faculdade de Princeton chamado Richie Furst (Justin Timberlake). Sem ter como terminar de pagar seus estudos, ele pega o que lhe resta de dinheiro e aposta tudo em um site de pôquer. Perde, mas percebe que foi trapaceado e decide ir atrás do dono do cassino online: Ivan Block (Ben Affleck), figura conhecida do submundo das apostas que está foragido na Costa Rica - vivendo uma vida de rei.

David Levien e Brian Koppelman, dois roteiristas, produtores e diretores que já haviam trabalhado com os baralhos em Cartas na Mesa, assinam o script, mas sem conseguir criar uma história envolvente. Sob a direção de Brad Furman, que vinha embalado pelo sucesso de O Poder e a Lei (Lincoln Lawyer), a história não embala.

E a culpa não é do elenco, que está bem. O problema é a repetição da fórmula e dos personagens que não têm a profundidade que uma história de máfia, corrupção e trapaças pede. Fica muito claro desde o primeiro frame quem é o mocinho e quem é o bandido. Se Ivan Block não fosse tão descaradamente maniqueísta, Ben Affleck afastaria de vez a desconfiança que paira sobre ele desde que foi escolhido para ser o novo Batman e trabalharia em paz sob o manto do morcego. Mas não é o caso. Não há em Block um único fio de cabelo que inspire confiança. Ele é mostrado o tempo todo como o inescrupuloso, vaidoso e ganancioso homem de negócios que só pensa em si mesmo, sem medo de pisar nos outros para sobreviver.

Fecha o triângulo de poder Rebecca Shafran (Gemma Arterton), tão linda quanto desinteressante. A ex-bond girl merecia uma personagem mais carismática e definida. Enquanto Block e Furst são preto e branco, Rebecca é uma incógnita até o último segundo, mas de uma forma negativa. Seu "joguinho" simplesmente não convence.

Com produção executiva de Leonardo DiCaprio, que certamente estava de olho no papel que ficou nas mãos de Ben Affleck, o filme foi rodado quase que inteiramente em Porto Rico. O estilo latino, o calor e as festas são um prato cheio para o estilo de Furman. Com ótimo trabalho do diretor de fotografia Mauro Fiore (ganhador do Oscar por Avatar) experienciamos junto com Richie o deslumbramento com as luzes e flares do mundo mágico da riqueza e também o seu desespero nas cenas de ação, com a câmera na mão correndo tão desesperada quanto os personagens.

Aposta Máxima, com seu elenco estrelado e equipe também de ponta, aparece nas mãos dos espectadores como um lindo par de Azes, que não consegue virar um jogo mais forte depois que as outras cartas são abertas. Se tiver que fazer alguma aposta, espere a próxima rodada.

Nota do Crítico
Regular