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Caça às Bruxas | Crítica

Filme que reúne Nicolas com diretor de 60 Segundos não é divertido, nem dá medo

27.01.2011, às 18H25.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H15

Nicolas Cage deve estar levando a sério todo aquele papo de que o mundo vai acabar em 2012 e resolveu tirar estes últimos meses de vida se divertindo. Só assim para entender como ele consegue se meter em filmes tão visivelmente fadados ao fracasso. Para cada Kick-Ass - Quebrando Tudo, ele aparece em uma série de projetos sem futuro como Aprendiz de Feiticeiro, A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos Segredos e Perigo em Bangcok. E lá vamos nós ao cinema para rever as suas mesmas feições (a saber: sorriso largo, sobrancelhas franzidas, sobrancelhas arqueadas, dentes cerrados, cara de dor, cara de choro e cara de alívio).

Caça às Bruxas

Caça às Bruxas

Caça às Bruxas

Caça às Bruxas (Season of the Witch, 2010) se encaixa na categoria ladeira-abaixo. Tudo o que Cage e o diretor Dominc Sena conseguiram criar de divertido em 60 Segundos perde o sentido neste suspense sobrenatural de época e sem propósito. A história mostra dois amigos que decidem se alistar nas Cruzadas em troca de perdão divino. Mas, depois de muito matar e saquear em nome de Deus, Behmen (Cage) tem um surto, percebe o tanto de coisas erradas que estava fazendo e abandona o Exército de Deus, sempre acompanhado do seu amigo Felson (Ron Perlman).

Perambulando de volta da Terra Santa, os dois vão conhecendo a Peste Negra e, segundo a igreja, sua grande culpada: as bruxas. Depois de serem capturados e jogados em um calabouço, os dois aceitam uma última missão em nome Dele: levar uma menina acusada de bruxaria até um monastério onde ela seria julgada. Tudo o que o correto Behmen pede é um julgamento justo e sua espada de volta. Felson, por sua vez, quer ser absolvido da deserção. Com carta branca do Cardeal, os dois formam o grupo que vai levar a moça através de florestas escuras e penhascos. Coisa simples. Tão simples como montar a lista com a ordem em que cada um vai morrer e quem vai chegar até o final para a batalha climática.

Uma pena que um elenco tão bem escolhido, que conta ainda com Stephen Graham (o Al Capone de Boardwalk Empire), Robert Sheehan (o Nathan de Misfits) e Christopher Lee, seja desperdiçadi com uma historinha tão rasa e previsível. De bom sobram apenas algumas falas engraçadinhas para Ron Perlman, mas que são tão casuais que podem ser questionadas se combinam com o período em que estão inseridas.

E no meio de tanta escuridão e batalhas cheias de cortes rápidos, não dá sequer para dizer se a peruca de Nicolas Cage ficou estranha desta vez. Bem visível, porém, é a péssima computação gráfica utilizada, que tem cheiro de anos 80. Talvez se o filme tivesse sido lançado naquela época fizesse mais sentido. Hoje em dia, só levanta dúvidas sobre os critérios que levam Cage a entrar nos projetos.

Nota do Crítico
Ruim