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Crítica

Como Treinar o Seu Dragão 3

Longa encerra a trilogia de uma maneira tocante que vai emocionar fãs mais antigos

17.01.2019, às 20H52.

Uma das animações mais surpreendentes dos últimos anos, Como Treinar o Seu Dragão chega ao fim de uma maneira corajosa. Além do visual que, como em todos os filmes, surpreende o público, a história conta com um roteiro sólido e momentos que vão emocionar especialmente os fãs mais antigos da franquia. 

Ao contrário de outros filmes e séries animadas, nessa trilogia os protagonistas crescem, mudam e se transformam a cada produção, expandindo consigo o mundo dos vikings para além das fronteiras de Berk. Isso mostra que a franquia não tem medo de arriscar e o terceiro longa deixa claro que o plano do diretor Dean DeBlois era criar uma obra finita – ou seja, ao final desse filme, você verá o fim da jornada de Soluço.

Apesar da amizade com Banguela ser um dos focos da obra, o cineasta – que também é responsável pelos roteiros – criou uma trilogia sobre amadurecimento. Soluço começa como um jovem que não sabe seu lugar no mundo e, no terceiro longa, começa como o líder de Berk. Com isso, ele realiza seu sonho de criar um paraíso para dragões, mas com o aparecimento da Fúria da Luz, ele reencontrará dentro de si as mesmas inseguraças do primeiro longa.

O interesse romântico de Banguela faz com que Soluço precise tomar decisões importantes para seu povo sem o seu dragão e, acreditando que sua força está ligada ao companheiro, ele começa a ter medo de voltar a ser um garoto atrapalhado. Em seus momentos de maior dúvida, ele relembra sua infância com seu pai, Stoick - revelando um lado até então pouco explorado do antigo líder de Berk. A sombra do patriarca é mais forte do que nunca nesse longa e os flashbacks ajudam a levar a história para frente, criando, acima de tudo, momentos emocionantes que ajudam Soluço a evoluir.  

Ao mesmo tempo que tenta se encontrar como líder, Soluço precisa defender seu dragão do vilão Grimmel, conhecido assassino de Fúrias da Noite. Apesar de ter uma motivação melhor que o antagonista do segundo filme, ele conta com um conveniente soro que é capaz de controlar a mente de dragões. Essa foi uma saída fácil do roteiro, que poderia ter encontrado outras maneiras de fazê-lo domar os animais. Mesmo assim, o personagem foi criado para ser o completo oposto de Soluço, o que deixa o protagonista ainda mais forte ao final do longa. 

A fotografia, que mais uma vez contou com a supervisão Roger Deakins (responsável por filmes como Blade Runner 2049 Onde Os Fracos não tem Vez), é um dos grandes destaques da produção. A composição da luz sempre ficou em evidência na trilogia e, nesse filme, cenas como a do Mundo Secreto e até mesmo a abertura em Berk – que no primeiro filme era uma cidade cinza e, agora, parece muito maior e colorida – contam com uma luz natural difícil de se encontrar em desenhos.

Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido conclui a jornada de como um garoto desajeitado virou um grande líder e mostra como se fecha uma trilogia. O filme tem uma ligação fortíssima com a animação que deu início a franquia e, por isso, conta com diversos momentos espelhados que apenas fãs mais atentos vão perceber, terminando essa história de uma maneira tocante.

Nota do Crítico
Ótimo