Injustiça e esperança são temas valiosos para Hollywood. Combinados, levam a lagrimas e prêmios, como em Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre. Quando amarrados à frase "baseado em fatos", então, tornam a ideia de superação ainda mais atrativa, vide Hurricane: O Furacão e Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento. Em A Condenação, o diretor Tony Goldwyn (mais conhecido como o vilão Carl de Ghost) tenta seguir essa fórmula, mas busca com tanta ansiedade emocionar o público que transforma uma história memorável em singela dramatização.
sam rockwell
Kenneth Waters (Sam Rockwell) foi condenado injustamente pelo brutal assassinato de Katharina Brow, na pequena cidade de Ayer, Massashussetes, em 1980. Carismático, mas de péssimo temperamento, Kenneth era o "suspeito usual" - vizinho da vítima com uma ficha criminal - na hora errada e no lugar errado. Além disso, ganhou a antipatia da policial Nancy Taylor (Melissa Leo), que não mediu esforços para condená-lo. Dois anos depois do crime, foi sentenciado à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional, graças a provas circunstanciais e o falso testemunho de duas ex-namoradas, interpretadas por Clea DuVall e Juliette Lewis.
A esperança está nas mãos de Betty Anne Waters (Hilary Swank), irmã de Kenneth, que sacrifica sua vida pessoal para provar a inocência do irmão. Gerente de um pub, que sequer terminou o colegial, ela vai em busca de um diploma em Direito em nome da defesa de Kenneth.
O erro de Goldwyn é, frente à força de uma história verídica, buscar em excesso a dramatização da realidade - como quando Kenneth é preso durante o funeral do avô, ou nos flashbacks que remetem à infância disfuncional dos irmãos. Ainda assim, é um filme de boas atuações. Sam Rockwell, Hilary Swank, Minnie Driver (que interpreta a fundamental amiga de Betty Anne, Abra Rice) e Juliette Lewis levam a veracidade fundamental na busca pela empatia do público, elemento indispensável nesse tipo de drama.
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