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Crítica

Elvis e Madona | Crítica

Aparente bizarrice da história de amor entre lésbica mostra universalidade dos relacionamentos

22.09.2011, às 19H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H10

Era uma vez um travesti chamado Madona e uma lésbica chamada Elvis. Madona (Ígor Cotrim) trabalha como cabeleireira no salão Divas, faz shows na noite e sonha em entrar em cartaz com um espetáculo fixo de drag queens. Elvis (Simone Spoladore) sonha em ser fotógrafa em tempo integral mas, por enquanto, trabalha como entregadora de pizza.

Elvis e Madona

Elvis e Madona

Sua primeira tarefa como motogirl é uma entrega para Madona. Ela encontra a travesti chorando no chão da sala, logo após ter todo o dinheiro que economizou na vida roubado por João Tripé (Sérgio Bezerra), bandido com quem tinha um conturbado caso amoroso. Depois desse primeiro contato, não demora para que se apaixonem uma pela outra.

O mais interessante da comédia romântica transviada Elvis e Madona (2010) é que, apesar do casal que foge ao normal (mas o que é o normal mesmo?), vemos expostos na tela os problemas universais de qualquer relacionamento, como o medo de entregar ao outro e amar, simplesmente. E, por baixo de toda a construção social trocada de gênero, Elvis e Madona nada mais é que uma história de amor entre um homem e uma mulher.

No entanto, o diretor Marcelo Laffitte pesa a mão nas situações cômicas, cruzando a linha do escracho. E, enquanto isso funciona para os personagens de Maitê Proença e José Wilker, que fazem participação especial no longa, prejudica os personagens protagonistas em algumas cenas, que pedem mais seriedade.

Outro fator que prejudica Elvis e Madona é o tempo de espera entre filmagens e lançamento, que acabou deixando a produção datada, uma vez que a história retrata um momento específico desta primeira década dos anos 2000. Este demérito, no entanto, não é do filme em si, mas uma característica do cinema brasileiro, que tem na distribuição o seu principal gargalo hoje. Assim, aos abertos à temática gay e dispostos a relevar as deficiências da produção cinematográfica nacional, a comédia pode render boas risadas.

Elvis e Madona | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom