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Crítica

Crítica: Hitch - Conselheiro Amoroso

A vingança das namoradas

17.02.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H17

Depois de salvar o mundo inúmeras vezes, o astro Will Smith resolve agora explorar um dos filões mais antigos do cinema: a comédia romântica. Hitch - conselheiro amoroso (Hitch, 2005) é um projeto de sua própria produtora e a escolha certa para ver seu investimento se transformar em lucro. O filme acabou de entrar em cartaz nos Estados Unidos e no fim de semana de sua estréia faturou mais de 40 milhões de dólares, recorde para o gênero. E tudo leva a crer que continuará sua trajetória de sucesso pelo resto do mundo.

Hitch - Conselheiro Amoroso

Hitch - Conselheiro Amoroso

Hitch - Conselheiro Amoroso

O enredo até que tem alguns diferenciais em relação ao que normalmente se vê por aí. Hitch (Smith) é um profissional de relacionamentos. Ele ajuda homens inseguros a conquistar o amor de sua vida. Sua fama em Nova York atingiu o status de lenda urbana. Mas ele tem princípios: se o seu interesse é puramente sexual, Hitch não o atenderá. Seu mais novo "paciente" é o contador Albert Brennaman (Kevin James), que tem uma paixão secreta pela milionária Allegra Cole (Amber Valletta). Ela é cliente da empresa em que trabalha Albert, um sujeito atrapalhado, gordo e submisso. Enfim, o tipo de pessoa que uma milionária linda jamais notaria.

Hitch começa a instruir Albert sobre como agir para conquistá-la. E é nesses momentos que o filme conquista o espectador. É hilário acompanhar as dicas de Hitch e ao mesmo tempo presenciar as desventuras de Albert. Porém, na cola de Allegra está a colunista de fofocas Sara Melas (Eva Mendes), disposta a tudo por um furo de reportagem. Quando Hitch conhece a jornalista, ele se torna uma vítima do seu próprio trabalho e terá que batalhar muito para conquistá-la, pois para ela, os homens só pensam em sexo e nada mais.

A hora da vingança

Os personagens são estereotipados e todos os clichês desse estilo de filme estão presentes. A única novidade é a narrativa pela ótica masculina, mostrando o galã de forma vulnerável. Até o pôster segue esta linha, criativamente apresentando apenas a figura masculina de Hitch, sem o seu interesse romântico.

O diretor Andy Tennant e o roteirista Kevin Bisch apostaram suas fichas no carisma de Will Smith e se deram bem. O problema é que a cada nova tomada, as cenas tinham de ser reescritas, pois Smith adora improvisar suas falas. Justiça seja feita, ele tem um ótimo timing para comédia e explora ao máximo seu carisma, mascarando o enredo banal. Já Eva Mendes está lá só para enfeitar a película. Se tirassem ela e colocassem qualquer outra atriz não ia fazer a menor diferença. Quem rouba a cena sempre que aparece é Kevin James. O ator, conhecido pela sitcom The King of Queens, soube explorar muito bem seu personagem e seu tipo físico.

A melhor seqüência do filme é o seu início. A narração de Hitch com a edição de imagens simultâneas de três casos em que prestou seus serviços são as mais criativas pelo ponto de vista cinematográfico. Vale destacar também a conclusão da história, que se torna bastante interessante ao fugir da mesmice do casal feliz se beijando. Mas o grande diferencial de Hitch é mesmo ter Will Smith protagonizando uma comédia romântica. E o público feminino é que deve estar feliz. Afinal, foram anos acompanhando seus namorados às produções de ação do astro, como Eu, Robô e Os Bad Boys II. Depois de aturar traficantes, alienígenas e robôs, elas finalmente poderão se divertir com o ator. A vingança tarda, mas não falha.

Nota do Crítico
Bom