Antes de mais nada, O Diário de Bridget Jones (Bridget Joness Diary, 2001) chega às salas de cinema com uma idéia simples e de sucesso comprovado. Assim como em Quatro Casamentos e Um Funeral e Um Lugar Chamado Notting Hill, os produtores Eric Fellner e Tim Bevan decidiram escalar o britânico Hugh Grant como um dos atores principais de mais esta comédia romântica. Mas, ao contrário do habitual personagem compreensivo e dedicado, aqui Grant, em atuação inspirada, encontra um novo papel - o de convencido e conquistador.
O Diário de Bridget Jones
O Diário de Bridget Jones
O sucesso das bilheterias é facilmente explicado quando se entende que o filme fala quase que sem ruídos com a parcela da audiência, digamos, mais sensível (sim, as mulheres). Baseado no best-seller homônimo da escritora Helen Fielding - cerca de 50 mil cópias vendidas no Brasil e quatro milhões ao redor do planeta - a jovem e atrapalhada Bridget rivaliza com qualquer Beatle ou Sherlock Holmes no posto de patrimônio histórico tombado da sociedade da Inglaterra.
Do mesmo modo que milhões de mulheres no mundo todo, Bridget Jones, já em seus trinta anos, luta para perder peso, alcançar o sucesso profissional e encontrar o amor perfeito. É esta simplicidade que a torna tão especial e cativante.
Jeitos desengonçados
Bem fiel ao livro, tudo começa em uma daquelas entediantes festas de Ano-Novo. Bridget (Renée Zellweger) resolve mudar radicalmente seus hábitos e dar um jeito na sua vida. Ela adota um diário e passa a usá-lo para marcar as suas promessas e metas: parar de fumar, de beber, arrumar um emprego melhor, achar um namorado.
Logo sua rotina se altera. Bridget se entrega às investidas e começa um caso com o patrão, Daniel Cleaver (Grant). A graça do filme, entretanto, reside nos meios utilizados até que se chegue aos finalmentes. Até quando erra, Bridget Jones encanta com o seu jeito desengonçado. Em sua primeira experiência como repórter, arma um papelão em pleno Corpo de Bombeiros... AO VIVO! Em seguida, por pura sorte, consegue uma entrevista exclusiva e se torna uma estrela do telejornalismo. E por aí vai.
O talento natural da norte-americana Zellweger (cuja escolha foi criticada pelos britânicos antes do lançamento e aplaudida após a estréia), aliado à intuição feminina da diretora estreante Sharon Maguire - amiga íntima da autora do livro - garantem a sutileza das situações.
O Diário de Bridget Jones é uma comédia tipicamente britânica em seu humor, mas que atrai principalmente pela sua simplicidade que faz os espectadores pensarem isso poderia acontecer comigo.