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Crítica

Crítica: O Patriota

Coração Valente parte 2

25.07.2000, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H11

Não se deixe enganar. O novo filme de Mel Gibson é, na verdade, uma versão de um sucesso seu de alguns anos atrás. O Patriota lembra muito (!) Coração Valente, de 1995.

Neste novo filme, o ex-Mad Max é Benjamin Martin, um pai de família que tem uma fazenda na Carolina do Sul. O ano é 1776 e os americanos estavam lutando contra os ingleses pela sua independência. Percebeu a similaridade com William Wallace&qt& O escocês do século 13, herói de Coração Valente, também luta para libertar seu país dos mesmos ingleses.

Não é à toa que os britânicos andam tão enfurecidos com o ator americano. Os filmes, além de mostrar batalhas contra a coroa inglesa, colocam os bretões na posição de inimigos mortais e grandes tiranos do mundo medieval (Coração Valente) e moderno (O Patriota). Lá na terra dos Beatles e dos Rolling Stones, o filme, logicamente, não conseguiu ter o mesmo impacto nas bilheterias que teve nos EUA, onde faturou US$ 31 milhões no fim-de-semana de estréia. Somadas as salas de cinema da Grã-Bretanha e da Irlanda, foram arrecadados apenas US$ 1,5 milhão. A cifra corresponde a um quarto do que Gladiador e Missão: Impossível 2 conseguiram.

Sangue é o que não falta na história de Benjamin, herói de uma guerra entre franceses e índios que ele quer esquecer. Desde esta época muito mudou. Ben deixou a farda e passou a se dedicar aos sete filhos que sua esposa deixou ao falecer. Porém, se ele quer deixar a guerra de lado, seu filho, Gabriel (Heath Ledger), quer lutar contra a dominação inglesa e se alista, desafiando suas ordens. O conflito está formado. Ben acredita que deve cuidar de sua família, mas também crê que a independência será melhor para o futuro de seus filhos.

Se o plot não chega a ser inovador, ele é muito bem filmado. A direção é de Roland Emmerich (Godzilla e Indepence Day), com fotografia de Caleb Deschanel (Anna e o Rei) e trilha sonora do mestre John Williams (Star Wars, Superman, Indiana Jones). As cenas da guerra, apesar das pernas e cabeças voando, não conseguem se equiparar à meia hora inicial do Soldado Ryan, ambos do mesmo roteirista, Robert Rodat, e as batalhas corpo-a-corpo também não são tão boas quanto as que Ridley Scott filmou com Russell Crowe em O Gladiador, mas o filme consegue empolgar, apesar do excesso de patriotismos, como o próprio título já mostra.

Nota do Crítico
Bom