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Crítica

Crítica: Pacto Secreto

Terror formulaico e mal filmado é para quem se contenta com o fetiche

24.09.2009, às 16H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 04H00

Nada como uma fotografia granulada, película mais sensível à luz, câmera na mão e close-ups o tempo inteiro para fingir que uma história tem mais dramaticidade do que de fato oferece. Quem não se deixa levar pelas firulas tende a se enervar - mesmo porque o excesso de luz branca no suspense Pacto Secreto (Sorority Row), pra começo de conversa, mal deixa acompanhar a legenda direito. 

Pacto Secreto

Pacto Secreto

Por trás dos efeitos do diretor Stewart Hendler - que tem no currículo apenas um longa-metragem, de 2007, intitulado Whisper - há uma história trivial com desenrolar previsível. Na trama, releitura de The House on Sorority Row, de 1983, amigas de uma irmandade na faculdade decidem aplicar um trote no namorado que traiu uma delas. A brincadeira acaba mal, uma menina morre, elas desovam o corpo, juram segredo, agem como se nada tivesse acontecido... Mas de repente um maníaco, que sabe-o-que-elas-fizeram-no-verão-passado, começa a matá-las uma a uma. 

É a premissa de sempre, e até mesmo a ordem das execuções e dos arquétipos segue o esquema consagrado (a ninfomaníaca morre primeiro, a mais fraca descobre ser forte, etc.). Quem presta atenção no que significam certas imagens - como uma atenção desnecessária dada a certo coadjuvante, por exemplo - descobre antes da metade do filme quem é o assassino encapuzado da chave-de-roda. Já quem espera até o final para descobrir passa obrigatoriamente por todo o blablablá do juramento da irmandade e por subtramas capengas, como a do político. 

Ademais, existe algo de muito errado quando a atuação da aspirante a Paris Hilton Audrina Patridge fica no mesmo nível das "profissionais". Resta, como em muitos subprodutos semelhantes do gênero, apenas o fetiche. Universitárias de baby doll e botas, sangue que escorre de cima pra baixo e de baixo pra cima, mortes que se esforçam, no limite do verossímil, para serem criativas (a do luminoso refletindo na espuma de fato é bem sacada). 

No fim das contas, uma sessão de Pacto Secreto é aquele típico exercício de tolerância. A inépcia do operador da câmera (que estava fixa e começa a tremer do nada, quando o maníaco puxa o cabelo de uma das meninas, por exemplo) é tamanha que você pode deixar, indignado, a sala no meio da projeção. Mas os masoquistas podem se divertir com o jeito desengonçado que Carrie Fisher segura uma escopeta ou com a interpretação atormentada de Rumer Willis, a versão decotada de Bruce Willis. Gosto não se discute, muito menos o daqueles que se contentam com pouco.

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Nota do Crítico
Ruim