Filmes

Crítica

Crítica: Pânico na Neve

Suspense cria enorme tensão, mas não vai além disso

27.05.2010, às 18H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H02

Sem enrolação: só vá ao cinema ou à locadora e veja Pânico na Neve (Frozen, 2010) se você não se importar de ficar tenso, grudado na cadeira, apreensivo, roendo as unhas, enfim, passando mal com a total impossibilidade de fazer alguma coisa para ajudar três amigos que estão frente a frente com uma morte iminente. Com esta premissa, o filme dirigido e escrito por Adam Green conseguiu chamar atenção no Festival de Sundance, onde foi exibido pela primeira vez, e depois no circuito independente em que entrou em cartaz.

Pânico na Neve

Pânico na Neve

Como foi feito de forma também independente, com orçamento limitado e atores pouco conhecidos (o mais conhecido é Shawn Ashmore, o Homem de Gelo dos X-Men), o filme só conseguiu essa exposição porque cumpre o que promete: um clima de solidão e desespero extremo.

A situação que leva os três jovens a este momento é a seguinte: Parker (Emma Bell), Joe Lynch (Shawn Ashmore) e Dan (Kevin Zegers) estão passando o fim de semana em uma estação de esqui. Depois de muitos tombos, eles resolvem partir para a última descida, mas o local está fechando. Depois de um chorinho da garota, eles conseguem um lugar no teleférico e partem ao topo da montanha. Porém, numa sucessão de erros, o operador da máquina sai dali e a pessoa que fica no comando decide encerrar o dia sem saber que os três estão ainda longe do seu destino final. E assim, pendurados a cerca de 20 metros de altura do chão, e com uma tempestade de neve a caminho, os três começam a se desesperar - até porque eles sabem que é domingo e o parque só vai reabrir na sexta. E situações extremas levam a medidas extremas.

Algumas pessoas vão se entreter neste voyeurismo sádico. Outros, vão ficar ali torcendo para que tudo acabe bem. E este é o grande mérito do filme, chegar ao público que quer experimentar isso. Tecnicamente, Pânico na Neve pouco traz de novo. A edição ajuda a criar o clima de desolação e desespero e os atores apenas cumprem seus papéis, mas a bem da verdade, nem essa história de solidão na natureza é novidade. Há apenas alguns anos, Mar Aberto já havia feito o mesmo no oceano. E melhor, pois consegue manter a tensão do casal largado entre tubarões por mais tempo.

Se vale a dica, tente não ficar nervoso caso a pessoa do seu lado começar a balançar as pernas sem parar. Pode ser o frio psicológico de tanto ver neve. Mas o mais provável é que seja o nervosismo de ver aquela situação toda se desenrolando na telona.

Nota do Crítico
Bom