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Crítica

Crítica: Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar

Depois de muitos atrasos, animação japonesa finalmente chega ao Brasil

29.07.2010, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H05

Conturbada a estreia brasileira de Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no ue no Ponyo, 2008). Para começar, ela acontece depois de dois anos que o filme entrou em cartaz no seu país de origem, o Japão. Depois, a animação foi repetidamente adiada pela distribuidora brasileira, que erroneamente deixou o filme em pré-estreia durante todo o mês de julho, perdendo a chance de pegar quem estava em férias da escola, afinal Ponyo é o mais infantil dos trabalhos recentemente feitos pelo estúdio Ghibli.

Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar

Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar

Estes problemas todos, porém, não diminuem a importância ou qualidade da animação de Hayao Miyazaki (O Castelo Animado, A viagem de Chihiro). Ponyo, levemente inspirado no conto "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen, conta a história de uma peixinha que consegue escapar da vigia do seu pai, no fundo do mar, para conhecer o mundo da superfície. Aqui em cima, ela conhece um menino de 5 anos, Susuke, que a salva de uma morte causada pela sujeira deixada pelos humanos nos oceanos. Com seus poderes mágicos, ela cresce braços e pernas, e ganha um novo amigo.

O sumiço de Ponyo, porém, faz com que seu pai comece a busca pela filha, achando que ela foi raptada pelos humanos. Quando a encontra e a força a voltar para casa, percebe o tanto que ela mudou. Porém, como separar Ponyo e Susuke agora?

A inocência com que a história é contada, do ponto de vista de duas crianças que se apaixonam e juram amor eterno, torna a história simples, mas jamais sem graça. Na verdade, chega a ser ainda mais emocionante ver crescer este amor verdadeiro, sem malícia alguma. Nada mais puro. Nada mais natural.

E ainda por cima, tudo isso é contado com lindas telas desenhadas à mão pelo próprio Hayao Miyazaki e sua equipe. Dá vontade de fotografar cada um dos fotogramas e sair pendurando nas paredes.

Se você precisa de um único motivo para sair de casa e ir ao cinema, já tem a sua desculpa ideal. Não importa que o filme esteja dois anos atrasado. Não importa que você já viu em uma cópia baixada ou em um Blu-ray comprado no exterior, Ponyo é uma animação que merece ser vista no cinema por toda a beleza de suas imagens e da inocência inspiradora de sua mensagem.

Nota do Crítico
Ótimo