A diretora Lisa Azuelos disse que pretendia fazer com Rindo à Toa (LOL - Laughing Out Loud) uma comédia romântica adolescente totalmente francesa, com situações típicas da juventude de seu país. Esse discurso não poderia soar mais equivocado, já que o resultado parece idêntico a qualquer outro filme do gênero. Ou pior, já que o único interesse da cineasta é um cotidiano banal e lamentavelmente comum. A não ser que a juventude na França seja incrivelmente desinteressante, claro.
Rindo a Toa
A superficial trama acompanha Lola, uma menina de quinze anos às voltas com seus amigos e namorados. Ela se apaixona aqui, se desentende ali, fuma maconha com os amigos, quer transar e questiona a mãe. Só isso. Não há uma linha a seguir, um desenvolvimento capaz de prender a atenção. É um mero amontoado de situações típicas da mais esquisita das fases da vida humana. Enquanto isso, o longa tenta estabelecer algum paralelo com
Talvez o filme até funcione na França, onde os teens locais podem identificar-se com suas contrapartes fílmicas. Aqui, sinceramente não imagino o público-alvo encostando seus celulares para assistir a um filme francês. Curiosamente, o discurso bairrista de Azuelos comentado acima também não convence se considerarmos que toda a (decente) trilha sonora do filme é composta por bandas britânicas ou norte-americanas, como Blur, Rolling Stones, Blur, Keanu, Supergrass...
A grande qualidade de Rindo à Toa são as presenças
de Christa Theret e Sophie Marceau, atrizes
que vivem mãe e filha na produção. As interações
entre elas são bastante convincentes, um retrato agradável das
sempre complicadas relações familiares nessa fase, em que se busca
o equilíbrio entre a rebeldia e o amor.
Se não perdesse tanto tempo deslumbrada com a batida ideia das relações humanas nesses tempos de vida digital e se concentrasse nessa ideia, talvez a diretora obtivesse algo mais que o arrastado "feel good movie" que conseguiu.