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Crítica

De Pernas pro Ar 2 | Crítica

Comédia rápida de erros perde o fôlego bem antes do fim

27.12.2012, às 20H49.
Atualizada em 13.11.2016, ÀS 02H02

Diante da expectativa de repetir a dose e fazer mais 3 milhões de espectadores, Alice (Ingrid Guimarães) esquece em De Pernas pro Ar 2 as lições que havia aprendido no filme de 2010. A premissa da mulher moderna que prioriza a carreira e sonega a vida em família se repete na continuação.

de pernas pro ar 2

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O sucesso do sex shop de Alice e Marcela (Maria Paula) cresceu desde o primeiro filme. Agora elas se veem diante de um dilema: por ordem médica, para evitar um colapso nervoso, Alice passa por um spa e é forçada a descansar, justamente na mesma época em que está acertando o contrato de abertura da primeira loja da franquia em Nova York. Alice convence então a família a viajar à cidade de férias, para tocar a negociação escondida do marido (Bruno Garcia).

Reprise de tema à parte, essa trama permite que o diretor Roberto Santucci faça em De Pernas pro Ar 2 uma comédia de erros rápida, escorada no fôlego cômico de Ingrid Guimarães. Comédias de erros são especialidade nacional, enfim, e a primeira metade de De Pernas pro Ar 2 desembesta de uma elipse a outra. O ponto alto é a sequência da internação no spa, com a ajuda das participações especiais de Tatá Werneck, como uma atriz viciada em Internet, e Luiz Miranda, um Vágner Love cover. Santucci corta meio a esmo de close-up em close-up, com ângulos que não seguem eixo definido, então essa aleatoriedade acaba somando, anarquicamente, ao humor da cena.

Há outros momentos em que a edição nonsense, proposital ou não, gera efeito cômico - numa delas uma personagem chega ao orgasmo, corta para uma imagem da Lua depois corta para um bebê trocando fralda(!) - e ver o filme em digital de alta resolução numa sala 4K deixa o chroma key das cenas nos EUA ainda mais tosco, o que aumenta a suspeita de que De Pernas pro Ar 2 talvez seja um fluxo de consciência sob efeito de rebite.

Infelizmente, o delírio estilo 48fps termina bem antes do fim, quando o roteiro se obriga a devolver os personagens a seus lugares e desenrolam-se dois triângulos amorosos absolutamente precários, com diálogos como "mas eu achei que seu casamento estivesse nas últimas" / "ai, tomara". Fica a impressão de que o desfecho arrastado foi escrito já no meio da viagem, o que não é raro em filmes com prazo de entrega apertado. Vamos torcer para que corrijam isso em De Pernas pro Ar 3: Tokyo Drift.

De Pernas pro Ar 2 | Trailer

De Pernas pro Ar 2 | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular