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Crítica

The Drop | Crítica

Policial reúne grandes nomes a partir de roteiro de Dennis Lehane

11.09.2014, às 12H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Em The Drop, Dennis Lehane (Sobre Meninos e Lobos, Ilha do Medo) adapta seu próprio conto, Animal Rescue, para o pouco conhecido cineasta belga Michaël R. Roskam dirigir. É a primeira vez que o autor, cujos livros vivem sendo disputados por Hollywood, escreve para as telonas.

The-Drop

Último trabalho do grande James Gandolfini, o longa acompanha o cotidiano de um barman (Tom Hardy) que trabalha em um bar aparentemente comum. Na verdade, porém, o lugar é ponto de coleta de dinheiro da máfia.

Gandolfini tem uma despedida que lembra seus momentos mais sombrios em Família Soprano, mas ao mesmo tempo mostra sua versatilidade. Ele vive um antigo membro da máfia local, que perdeu sua relevância no Brooklin (e o bar que leva seu nome) para mafiosos chechenos. É como se Tony Soprano fosse deixado de escanteio e tivesse que lidar, emasculado e rancoroso, com os novos patrões - e seu orgulho ferido.

Enquanto isso, uma trama paralela coloca um filhote de pitbull, ferido e abandonado para morrer, no caminho do dócil barman. O sujeito passa a cuidar dele e se apega, até que o dono original, um criminoso do bairro, surge para recuperar o animal. Noomi Rapace completa o elenco, em interpretação meio apagada,  como uma mulher que ajuda o barman a aprender como cuidar do filhote.

Hardy mais uma vez atesta por que é um dos melhores atores a surgir nos últimos anos. Com um sotaque de Nova York, o britânico dá ao personagem um temperamento simplório e tranquilo, quase digno de pena, mas ao mesmo tempo estranhamente seguro.

O filme estabelece interessantes relações de poder e tem uma boa manipulação de expectativas, o que dá uma ótima e constante sensação de insegurança. Mesmo que os personagens só estejam atravessando a rua, teme-se pelo que vem a seguir. Dessa forma, e favorecido pela trilha de Marco Beltrami e as lentes que sugerem segredos de Nicolas Karakatsanis, o longa é eficiente na criação de tensão.

No entanto, o simplismo do roteiro faz pensar que Lehane não soube explorar direito o novo meio. Há redundância em diálogos e situações se repetem frequentemente, dando um ritmo aquém do esperado ao filme. Com os nomes envolvidos, esperava-se mais de The Drop.

Nota do Crítico
Bom