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Crítica

A Era do Gelo 4 | Crítica

Nova animação da Blue Sky perde a originalidade e vira telefilme 3D

28.06.2012, às 18H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Não se sabe a data exata da extinção dos dinossauros, mas agora já dá para dizer que a deriva continental teve origem quando o esquilo Scrat tentou enterrar uma noz. Pelo menos é o que mostra A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift, 2012), novo capítulo da série que teve o brasileiro Carlos Saldanha na direção por três vezes. Com Saldanha alçando voo solo em Rio, quem comanda a animação agora são Steve Martino (Horton e o Mundo dos Quem!) e Michael Thurmeier (A Era do Gelo 3).

A Era do Gelo 4

A Era do Gelo 4

A Era do Gelo 4

A Era do Gelo 4

Após o início da criação dos continentes, Manny (Ray Romano), Diego (Denis Leary) e Sid (John Leguizamo) acabam separados do resto do bando e começam então a sua jornada para tentar se reunir aos seus amigos e família. Para aumentar a dramaticidade, Amora, a filha adolescente de Manny e Ellie, está apaixonada por um outro jovem mamute e naquela fase de procurar a sua própria independência, enquanto o pai ainda acha que ela é sua bebê. Ingredientes suficientes para criar diálogos do tipo "Eu queria que você não fosse meu pai", do qual depois ela se arrependerá.

E é assim que A Era do Gelo 4 vai seguir até o final, com diálogos e situações que pouco ou nada acrescentam à história dos animais, tal qual um daqueles especiais de natal que saem direto para DVD/Blu-ray de tempos em tempos. Dos personagens novos que surgem, como os piratas liderados pelo orangotango Entranha (Peter Dinklage), a tigresa das neves Shira (Jennifer Lopez) e a vovó de Sid (Wanda Sykes), também não se deve esperar muita coisa. O primeiro surge como o vilão da trama, a segunda é o interesse romântico para Diego e a última é apenas um novo alívio cômico.

Agora em 4D!

Como assisti ao filme na primeira sala 4D do Brasil, no Shopping JK, em São Paulo, devo comentar que a animação parece que foi feita para este formato. Os sobe-desce pensados para o 3D servem para fazer as cadeiras se mexerem o tempo todo em todas as direções. Os mergulhos e pedaços de icebergs caindo na água servem para encharcar os óculos 3D dos espectadores. E os voos, pulos e demais cenas de ação ficam mais divertidos com os ventiladores que circundam a sala e também estão presentes na cadeira da frente e no encosto da cabeça, que também solta "tiros" de ar-comprimido em momentos estratégicos, levando o público a dar pulos de susto.

Os efeitos todos são divertidos, mas em um filme de ação desenfreada como este, que prefere usar o efeito montanha-russa da ação a desenvolver a trama, acaba se tornando cansativo. Quem já foi aos brinquedos deste formato em parques de diversão vai entender porque eles têm duração em torno dos 10 minutos. Ficar por quase uma hora e meia tendo sua cadeira indo de um lado para o outro é muito até para o mais espevitado e empolgado moleque de 10 anos que cresceu vendo a série e continua empolgado até hoje com as confusões iniciadas pelo Scrat.

P.S. Antes do início do filme, tem um divertido e emotivo curta-metragem de Os Simpsons que faz valer a pena chegar na hora certa.

Nota do Crítico
Regular