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Crítica

Eu Sou o Número Quatro | Crítica

Ficção científica teen de qualidade

14.04.2011, às 18H36.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H19

Os sucessos de Harry Potter e O Senhor dos Anéis tornaram a indústria cinematográfica cada vez mais ávida por novas franquias longevas, que lhe renderiam centenas de milhões de dólares ano após ano. E assim Hollywood saiu vasculhando livrarias, bibliotecas e editoras atrás da próxima grande série de filmes. Mas nem todo mundo é JK ou JRR e até mesmo títulos bem sucedidos podem penar para se manter vivos, caso de As Crônicas de Nárnia, que vai para o quarto filme ainda sem convencer. A nova aposta é Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, 2011), que começou a ser filmado antes do primeiro capítulo ser impresso.

Eu Sou o Número Quatro

Eu Sou o Número Quatro

Eu Sou o Número Quatro

O projeto deveria ser o respiro de Michael Bay após os dois Transformers, mas os Decepticons o capturaram para uma terceira aventura. Assim o filme caiu no colo de D.J. Caruso (Paranóia, Controle Absoluto), que filtrou o que lhe interessava do manuscrito original, alinhavou a história a seu gosto junto com os roteiristas Alfred Gough, Miles Millar (Homem-Aranha 2) e pegou dicas com o próprio Bay (seu produtor) para transformar o romance teen em uma boa ficção científica de aventura com fotografia de Guillermo Navarro (O Labirinto do Fauno).

A história começa com o Número Quatro (Alex Pettyfer) do título se divertindo em uma ensolarada praia da Flórida. Quando está a ponto de se dar bem com uma menina local, sua perna começa a queimar, emitindo raios de luz. E naquele momento ele recebe um recado: o número Três está morto e ele é o próximo. O jovem é, na verdade, um lorieno, ex-habitante do planeta Lorien, que foi destruído pelos mogadorianos, seres que agora estão na Terra atrás dos nove escolhidos - jovens herdeiros de poderes especiais que, quando reunidos, poderão derrotar os seus inimigos e salvar seu novo lar, a Terra.

O primeiro ato termina com Quatro, agora rebatizado como John Smith, e seu guardião (Timothy Olyphant) se mudando para Paradise, Ohio. A vida nômade em pequenas cidades serve despistar os mogadorianos. Mas John, como qualquer adolescente, precisa se rebelar e vai para a escola, onde obviamente não passa despercebido. Lá ele faz amizade com Sam (Callan McAullife) e se engraça com Sarah (Dianna Agron), enquanto tenta se livrar do bullying do quarterback do time local (Jake Abel). Enfim, o típico cenário das High School estadunidenses. É neste ponto que ele começa a descobrir seus poderes reais, e dominá-los é o seu grande desafio.

Apesar do final grandioso, cheio de bons efeitos especiais, lutas e monstros alienígenas (cortesia da ILM), Eu Sou o Número Quatro não é um filme de ação. Não é também uma aventura adolescente como essas que vemos hoje, pois apesar de ter um elemento romântico, ele não é primordial à trama, afastando assim qualquer comparação prematura com Crepúsculo. O projeto é, sim, uma introdução para algo maior nesta batalha entre lorienos e morgadorianos, mas ao contrário de outras tentativas de se iniciar franquias na marra - como Percy Jackson e o Ladrão de Raios, Eragon e A Bússola de Ouro -, Número Quatro foi feito de forma autocentrada, sem ficar olhando apenas para frente. E ao se concentrar apenas na história que estava contando, D.J. Caruso acaba aumentando a chance da história ter uma continuidade.

Nota do Crítico
Bom