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Crítica

Força Bruta: Sem Saída consolida Don Lee como astro de ação moderno

Astro sul-coreano entrega exatamente o que seu público quer: socos e risadas

08.10.2024, às 17H20.

Quando o filme de ação sul-coreano Os Foras da Lei foi lançado em 2017, ninguém poderia imaginar como a franquia cresceria. Ambientado em 2004, ele apresentou ao público o detetive Ma Seok-do de Don Lee (ou Ma Dong-seok), que abusa de seu passado como ex-pugilista para usar táticas um tanto agressivas para resolver os crimes horríveis que investiga nas ruas de Seul. Sete anos depois, o ator se consolidou como um dos astros de ação do cinema moderno.

Agora intitulada Força Bruta, a franquia viu seu público crescer para além das fronteiras sul-coreanas. Sem Saída, que marca o terceiro capítulo da história do detetive Ma Seok-do (um quarto filme já foi lançado, mas segue inédito no Brasil), conquistou a maior bilheteria do país em 2023 sem reinventar a fórmula dos filmes de ação. Em pouco mais de uma hora e meia de história, Lee distribui socos em incontáveis vilões entre uma cena cômica e outra, e o resultado final é uma galhofa estranhamente atraente.

Às vezes, Sem Saída parece apressado, pois sua narrativa pobre evolui de uma maneira simples e previsível. Na maior parte, porém, nada disso realmente importa. Lee entrega exatamente o que os espectadores exigem da franquia, que é ver Ma Seok-do, um detetive ridiculamente forte e resiliente, socando e desmantelando criminosos repetidamente com desenvoltura.

Há uma aparente confiança na forma como Lee, que também atua como produtor, e o diretor Lee Sang-yong conduzem o terceiro longa. Cientes de que sua audiência quer mais do mesmo, a dupla apostou em uma história genérica na qual sequer é necessário assistir aos filmes anteriores para aproveitar a experiência. Ma Seok-do é o único personagem que retorna, se unindo a um novo esquadrão da polícia metropolitana de Seul para descobrir como a morte de um policial se conecta ao surgimento de uma nova droga traficada pela famosa Yakuza, a máfia do Japão.

Enquanto o detetive percorre a cidade reunindo pistas e surrando suspeitos para conquistar seu objetivo, Sang-yong se aproveita da sinergia de seu astro com a câmera para destacar as coreografias de luta, como se Don Lee estivesse em um ringue de boxe; o espectador desvia dos socos e devolve um cruzado de direita como se também estivesse em cena, e a ferocidade e ritmo das sequências de ação, alinhadas a uma edição competente, ajudam a mascarar a falta de criatividade do roteiro.

Sem Saída ainda recorre ao humor para diminuir o impacto dos exageros de Ma Seok-do, que faz o estilo do detetive que atira - ou bate - primeiro e pergunta depois. Em tempos onde a truculência policial tem cada vez menos espaço, apostar na comédia para justificar o injustificável é uma maneira de tirar o band-aid de forma indolor.

No fim, Força Bruta: Sem Saída é o produto de uma franquia que entende o seu espaço e sabe o que o seu público quer. Quem ganha é o espectador e, principalmente, Don Lee, que vai subindo cada vez mais nas prateleiras mais altas dos principais astros de ação da nova geração.

Nota do Crítico
Bom