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Foxcatcher | Crítica

A alma dos EUA vai à lona em filme de Bennett Miller

09.09.2014, às 22H12.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Em 1988, um assassinato chocou os Estados Unidos por envolver uma das familias mais abastadas do mundo. A "Dinastia du Pont", que iniciou sua fortuna durante a Guerra Civil americana, fornecendo munição e mais tarde se consolidando na indústria de químicos.

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Bennett Miller, de filmes como Capote e Moneyball, vai mais uma vez em busca de um fato que ilustra a gradual mudança de seu país e conta tal crime em Foxcatcher. No longa, Steve Carell vive John du Pont, herdeiro da fortuna da família e homúnculo desejoso de um lugar ao sol, para escapar da longa sombra da mãe autoritária. Seu hobby é a luta greco-romana, que a matriarca considera "menor".

Entre seus desejos de identidade, John cria um avançado centro de treinamento para atletas em busca do ouro Olímpico. Como um jovem prodígio, ele chama o decadente Mark Schultz (Channing Tatum), campeão em 1984 que deseja voltar ao topo, cheio de sonhos. Os dois homens começam a trabalhar juntos, mas a opressão da fazenda Foxcatcher, a tradicional propriedade dos du Pont, e a relação com o herdeiro logo começa a dar sinais de que algo está errado, desvirtuando os ideais de Mark.

Carell está irreconhecível no drama. Seu John esconde tantos sentimentos e intenções quanto a maquiagem pesada desfigura o rosto do comediante. É um trabalho intenso e que merece todos os elogios que está obtendo. Mas Tatum está igualmente brilhante como o lutador que floresce, apenas para ser apanhado na espiral de loucura e poder. Completa o trio principal o sempre ótimo Mark Ruffalo, como o irmão de Mark e seu treinador.

Em busca da verdadeira face do país, Bennett Miller usa a história de maneira poderosa, como uma metafórica crônica para o poder e a perda da inocência nos Estados Unidos. O clímax pode ser um pouco gratuito, fácil até, mas isso não o torna menos impactante. Aos gritos de "USA, USA", uma nação perde sua alma.

Nota do Crítico
Ótimo