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Gatão de Meia Idade | Crítica

Gatão de Meia Idade

16.03.2006, às 00H00.
Atualizada em 16.12.2016, ÀS 23H05

Gatão de Meia Idade
Brasil, 2006
Comédia - 90 min.

Direção: Antônio Carlos da Fontoura
Roteiro: Antônio Carlos da Fontoura, Miguel Paiva e Melanie Dimantas

Elenco: Alexandre Borges, Júlia Lemmertz, Ângela Vieira, Thaís Ferçoza, Cristiana Oliveira, Lavínia Vlasak, Rita Guedes, Bel Kutner, Flávia Monteiro, Paula Burlamaqui, Alexia Deschamps, Paulo César Pereio, André de Biase

Tem muita gente por aí que não gosta do cinema nacional. Não as culpo. Vivemos aqui no Brasil uma realidade diferente, em que ator só fica conhecido se estiver na telinha da Globo. Há, sim, muita gente talentosa na TV que já foi de Roberto Marinho, mas existe vida inteligente lá fora também. Então, por que a grande maioria dos longas-metragens que chegam ao circuito comercial é estrelada por globais? Simples: porque é mais fácil! É mais fácil conseguir financiamento, é mais fácil conseguir divulgação na mídia, é mais fácil criar empatia com o público que vê o Plim-Plim e, principalmente, porque tudo isso diminui a necessidade de buscar novas histórias ou formas diferenciadas de contá-las. Enfim, com um elenco conhecido, metade do caminho já está trilhado.

Gatão de meia idade (2006) é um reflexo disso tudo. Estão lá nos créditos o protagonista Alexandre Borges, Julia Lemertz (ex-esposa), Renata Nascimento (a filha, Duda), Ângela Vieira (namorada), Thais Fersoza (namoradinha), Cristiana Oliveira (ex-namorada) e por aí vai... Até o "filho de Francisco" Márcio Kieling está nessa - e comprova o ótimo trabalho de Breno Silveira, que conseguiu arrancar dele uma performance bem diferente da que o ator tem aqui como Lucas, um jovem que chega para atrapalhar o sucesso do Gatão com a mulherada.

Gatão esperto... vários anos de praia

O filme começou a ser pensado há uns quatro anos como mais uma comédia de situações, mas ganhou um pouco mais de recheio quando o diretor e roteirista Antonio Carlos da Fontoura resolveu se basear nas tiras Gatão de meia idade, resposta masculina do cartunista Miguel Paiva para o seu sucesso Radical Chic.

Fisicamente, a escolha de Alexandre Borges foi muito feliz, mas o Gatão (ele não tem nome) do filme não tem o charme - nem o dinheiro - para conseguir tanta mulher. Ele não é do tipo matador, com carro conversível, sorriso colgate e corpo sarado. Pelo contrário, é barrigudo, infantil, abobalhado e não consegue segurar a onda quando uma mulher sugere pular o jantar para ir direto para o motel. Convenhamos, é pouco para um Don Juan carioca.

Esta crise de identidade tenta embalar a história. O fora que leva da lolita interpretada por Thaís Fersoza faz o Gatão parar para pensar, cair na real e... correr para chorar no colo da mãe!?!? Fala sério! Se a intenção era usar estas atitudes para tentar dar um ar mais realista ao personagem, não deu certo. Para piorar, algumas situações e falas soam tão falsas e sem graça quanto tomar cerveja sem álcool.

Nota do Crítico
Ruim