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Crítica

A Grande Escolha | Crítica

Como tornar os bastidores do esporte em um espetáculo

21.05.2014, às 19H12.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 15H19

Uma partida de futebol americano pode durar até duas, três horas. Mesmo sem ser dos mais agitados, esse esporte faz horas de tédio valerem a pena com jogada genial. A estratégia para atingir a vitória é onde está o trunfo dos grandes craques da modalidade - aqui, o planejamento é tão importante quanto as atribuições físicas. A Grande Escolha, de Ivan Reitman, foca nessa preparação e a torna tão espetacular quanto um decisivo touchdown no Super Bowl.

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São duas horas sobre negociações acerca do "Draft Day", ocasião anual em que os times dos Estados Unidos podem recrutar novos jogadores. O primeiro contato deixa a impressão de mais um longa com a superação do protagonista, um coadjuvante cômico e um vilão redentor. Após os minutos iniciais, porém, o filme mostra uma história que vai além disso.

Em certo momento, fica clara a opção de Reitman: ao invés do sentimentalismo inerente a esse tipo de história, o cerne aqui é o trabalho, a lábia do personagem de Kevin Costner. "Me deixe trabalhar", diz Sonny Weaver Jr em diversas ocasiões, do estagiário ao presidente. Mesmo o papel de Jennifer Garner, feito para dar o toque feminino ao longa, foge do estereótipo emocional e dá força ao aspecto corporativo sugerido desde o início.

A Grande Escolha consegue lidar com as minúcias do futebol americano sem parecer técnico ou didático. Assim, fãs de longa data e leigos conseguem acompanhar as regras do jogo sem problemas. Ao lado dessas explicações sempre aparecem fatos históricos para contextualizar a importância de uma decisão iminente - algo que não só contribui para o roteiro em si como atende aos desejos dos veteranos aficcionados pelo esporte.

Reitman surpreende ao se distanciar de suas tradicionais comédias e faz um filme pautado pela tensão nos diálogos, semelhante a trabalhos que produziu como Amor Sem Escalas. Focado nos trâmites do esporte mas sempre relembrando a grandeza do negócio abordado, A Grande Escolha é a representação de como os bastidores podem ser mais interessantes que uma partida real.

Nota do Crítico
Ótimo