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Crítica

Hitman - Agente 47 | Crítica

Adaptação da franquia de games erra pela segunda vez

27.08.2015, às 19H05.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

Hitman não é o game mais complexo de se levar para as telonas. Matador secreto sem piedade, o personagem foi feito na base de agentes secretos geneticamente modificados que tanto se vê no cinema. Ainda assim, Hollywood não conseguiu achar a maneira certa de transformar a franquia da IO Interactive em um filme razoável. Hitman - Agente 47 é a segunda tentativa frustrada por um roteiro de personagens e cenas de ação banais, que não exploram o mistério e charme da série.

 

O roteiro mostra uma mulher, Katia van Dees (Hannah Ware), que vaga pelo mundo em busca de respostas sobre o seu passado. Neste caminho de pistas e mistérios, ela cruza com John Smith (Zachary Quinto, de American Horror Story, Heroes e Star Trek), um sujeito que promete ajuda e proteção contra um homem misterioso que a persegue: o Agente 47, o careca de terno e gravata vermelha vivido por Rupert Friend (Homeland).

Em 2007, com Timothy Oliphant no papel principal, os fãs de Hitman viram que reproduzir a estética dos jogos não era garantia de qualidade. História e trechos icônicos do game estavam ali, mas nada se encaixava com a fluidez que um longa-metragem exigia. Agora, esse padrão se repete com exceção de algumas sequências como a fuga de Katia a turbina e a primeira chacina do Agente 47 em uma escada com luzes piscando.

A tentativa de transformar a índole dos personagens em algo questionável fica apenas na teoria - não há dúvida quanto a motivação do trio principal, nem dos outros coadjuvantes do filme. Ao mesmo tempo, criar no Agente 47 um protagonista mais humanizado não se mostrou um jeito efetivo de aproximá-lo do espectador. Monossilábico como quase todos assassinos programados, o personagem ganha aqui os sorrisos que nunca teve nos games. Uma boa (e até óbvia) intenção mal executada pelo diretor estreante Aleksander Bach.

Mais do que uma adaptação falha, Hitman é um filme com erros básicos. Do roteiro à direção dos atores, que já se provaram talentosos, mas aqui são forçados a desempenharem papéis fracos e cheios de frases de efeito sem sentido - Zachary Quinto é o mais prejudicado. O final da sessão traz uma sensação de dúvida, pois é difícil encontrar sentido em uma refilmagem que repita os mesmos erros e não traga novidade em relação ao seu material original. Agente 47 continua a compôr o time dos jogos que não deram certo no cinema.

Nota do Crítico
Ruim