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007 - Um Novo Dia para Morrer | Crítica

São poucos os fenômenos pop na história que podem repetir-se à exaustão sem perder o apelo

10.01.2003, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H23

A maior verdade que pode ser dita sobre um filme da série James Bond é: Se você já viu um, viu todos. Mas quem se importa??? São poucos os fenômenos pop na história que podem repetir-se à exaustão sem perder o apelo (e o público).

Nos últimos quarenta anos, durante suas vinte aparições nas telonas pela Metro-Goldwyn-Mayer, sempre se espera que o agente secreto peça um Martini (agitado, não batido), dirija um carrão último modelo, tenha como inimigo um vilão excêntrico, utilize diversos aparatos mirabolantes, empregue a frase meu nome é Bond. James Bond e - principalmente - consiga conquistar belíssimas mulheres. Isso tudo pra ficar apenas nas passagens mais óbvias.

Igualmente semelhantes são as estruturas dos filmes. Há a introdução vista pelo cano de uma arma, uma seqüência de ação inicial, um videoclipe cantado por algum astro pop, o encontro de James com M para o briefing, uma visita ao laboratório de Q para pegar o armamento e por aí vai... Mesmo assim, com as medíocres produções de ação da atualidade, dou-me por feliz que tenha um filme da série a cada dois ou três anos. Ele é previsível, mas infalível.

Um novo dia para morrer (Die Another Day, EUA/ING 2002) repete a dose, mas insere novos elementos à estrutura. O filme começa com a invasão de uma base militar na Coréia por um time de agentes secretos. Depois de um acirrado combate, o 007 (pela quarta vez, Pierce Brosnan) acaba preso. Começam então os créditos iniciais, com silhuetas de mulheres perfeitas e a música tema. O diretor Lee Tamahori (Na teia da aranha) se utilizou muito bem desta estrutura para mostrar Bond sofrendo torturas diversas (por uma linda carrasca oriental), enquanto Madonna (que faz uma ponta no filme) canta Die Another Day. Depois de 14 meses de sofrimento, o espião é trocado por Zao (Rick Yune, de Velozes e Furiosos), que havia sido preso pelo serviço secreto britânico. Bond é acusado pelos seus compatriotas de traição e começa a aventura para limpar seu nome. Destino inicial: Cuba.

Os detalhes da missão

Em homenagem aos 40 anos da série no cinema, Tamahori encheu a história de referências ao passado da série. Os fãs vão se deliciar ao ver a bela Jinx (Halle Berry, a vencedora do Oscar 2002 de melhor atriz) sair da água de maneira idêntica à Ursula Andress em 007 contra o satânico Dr. No (Dr. No, de Terence Young, 1962). Tem ainda o aparato de raios laser que lembra o utilizado em 007 contra Goldfinger (Goldfinger, de Guy Hamilton, 1964) e a cena em que Bond aparece segurando o livro Birds of the west indies, publicação de onde Ian Fleming - o criador do personagem - pode ter tirado seu nome. Mas a mais divertida é a seqüência no depósito de Q (John Cleese), que mostra diversas das traquitanas do herói durante sua vida cinematográfica.

Com o maior orçamento da história da franquia (estimado em US$ 142 milhões), Um novo dia para morrer é também o recordista em efeitos gerados por computação gráfica. Todavia, depois de diversas cenas muito bem realizadas, o filme derrapa feio no finalzinho, quando mostra uma seqüência péssimamente realizada, durante uma perseguição no gelo.

Ah, lembra que eu falei das regras básicas? Vamos conferir?

Acessórios: relógio laser, anel sônico e blindagem invisível para o carro.

Bond-girls: Rosamund Pike (1 transa) e Halle Berry (2 transas).

Nota do Crítico
Bom