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American Pie 3 - O Casamento | Crítica

<i>American Pie 3 - O casamento</i>

27.11.2003, às 00H00.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 18H05

American Pie 3 - O casamento
American wedding
EUA, 2003
Comédia - 96 min.

Direção: Jesse Dylan
Roteiro: Adam Herz

Elenco: Jason Biggs, Seann William Scott, Alyson Hannigan, Eddie Kaye Thomas, Thomas Ian Nicholas, January Jones, Eugene Levy, Molly Cheek, Deborah Rush, Fred Willard

Não é preciso muito falatório, você deve pressentir, para provar que American pie 3 - O casamento (American wedding, 2003) é um desperdício de rolos de película. O filme não afunda, chafurda em sua falta de inspiração. Mas uma qualidade é inegável. Ao contrário de outras sagas, o capítulo final da trilogia não desaponta os seus fãs cativos. Quem procura sexismo e escatologia, humor óbvio, chulo e alguns peitos siliconados, sabe que pode confiar, sempre, na franquia da torta.

Festa nas famílias Levinstein e Flaherty: o palerma Jim (Jason Biggs) acaba de pedir a mão de Michelle (Alyson Hannigan), a sua eterna namoradinha. Esse é o fiapo de pretexto para que Steve Stifler (Seann William Scott) e os demais amigos de Jim envergonhem os pais de Michelle, organizem uma despedida de solteiro e destruam a cerimônia. Entre uma piada e outra, Jim divide com o pai o dilema de ter feito uma escolha para a vida inteira, enquanto Michelle sente-se insegura com os preparativos finais do casório.

Prova de que talento não é hereditário, o diretor Jesse Dylan, filho de Bob e irmão de Jacob (vocalista do Wallflowers), não consegue imprimir um estilo próprio. Pior que isso, repete as mesmas piadas consagradas da série: mais uma vez Jim constrange o pai, mais uma vez Finch transa com a mãe de Stifler. E quando as novas tiradas começam a engrenar, as chatices dos noivos ganham o primeiro plano e o ritmo esfria novamente.

O resultado beira o esquizofrênico - aquilo que afundaria uma produção normal acaba sendo o único atrativo de American pie 3. Ou seja, o infantilóide Stifler, habitualmente insuportável, vence o espectador pelo cansaço e termina roubando a cena. Ademais, existe algo de errado quando a cena que arranca mais risadas é aquela em que o sujeito come merda. Existe algo de errado sim, menos com o filme, mais com público que o consagra.