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Com a Bola Toda | Crítica

<i>Com a bola toda</i>

21.10.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H17

Com a bola toda
Dodgeball

EUA, 2004
Comédia - 92 min

Direção e roteiro: Rawson Marshall Thurber

Elenco:
Vince Vaughn, Christine Taylor, Ben Stiller, Rip Torn, Justin Long, Stephen Root, Joel Moore, Chris Williams, Alan Tudyk, Missi Pyle, Jamal Duff

Com a Bola Toda (Dodgeball: A True Underdog Story, 2004) é o longa-metragem de estréia diretor Rawson Marshall Thurber. Fanático por esportes, Thurber resolveu retratar na sua primeira comédia o jogo de queimada, que ele garante ser o esporte em alta nos Estados Unidos.

Como em tantas comédias do gênero "time fraco x time forte", o carismático loser - o famoso "perdedor" - que lidera a equipe dos azarões é representado aqui por Peter LaFleur (Vince Vaugh). Seu antagonista é o ambicioso White Goodman (Ben Stiller, careteiro como em Zoolander), que faz de tudo para conseguir comprar a academia falida de Peter. A idéia de participar de um campeonato internacional de queimada, a fim de conseguir os recursos necessários para manter a academia de Peter (Average Joe, algo como "cara comum"), é sugerida por um de seus freqüentadores - todos nerds estereotipados.

A partir daí, Patches OHoulihan (Rip Torn), um antigo jogador de queimada paraplégico, começa a treinar a equipe depois de vê-la sendo agredida em um bar pelos time rival e o grupo se estrutura. O elemento final é Kate Veatch (Christine Taylor), a advogada da academia de Goodman, que decide partir para o lado dos "bonzinhos" depois de um assédio sexual. O campeonato acontece em meio a equipes excêntricas e, claro, culmina no duelo final entre as equipes das duas academias rivais.

Curiosamente, do inicio ao fim, o filme é recheado de moralismos, mas o diretor os apresenta de forma a ironizá-los e tenta até mesmo criticar a cultura americana e sua idéia fixa de "losers & winners". Não convence. O roteiro acaba preso aos mesmos velhos padrões das comédias estadunidenses de sempre e falta originalidade no desfecho. No entanto, é o tipo de produção já testado e aprovada pelos amantes do gênero e tem seu público cativo.

Mas nem tudo é descartável. Algumas passagens merecem destaque, como as surrealistas participações especiais de Chuck Norris (sim, o Sr. Braddock em pessoa!) e William "Capitão Kirk" Shatner, o que torna o filme a maior concentração de canastrões na tela grande da última década. Alías, Vince Vaugh deve estar se espelhando nos dois, já que ele leva o filme totalmente a sério e atua como se estivesse em um drama.

Em última instância, o longa vale pela nostalgia de relembrar como era jogar queimada no colégio. Mas apenas isso.

Nota do Crítico
Regular