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Dirty Dancing - Noites de Havana | Crítica

<i>Dirty Dancing - Noites de Havana</i>

11.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 13.11.2016, ÀS 15H05

Dirty Dancing - Noites de Havana
Dirty Dancing: Havana Nights

EUA, 2004
Romance/Drama - 86 min

Direção: Guy Ferland
Roteiro: Kate Gunzinger, Peter Sagal

Elenco:
Diego Luna, Romola Garai, Sela Ward, John Slattery, Jonathan Jackson, January Jones, Mika Boorem, René Lavan, Mya

Sabe aquela máxima "quanto mais mexe, mais fede"? Infelizmente os produtores de Hollywood não acreditam nisso. Assim, independente da qualidade da obra, se fizer sucesso com o público, fatalmente irá gerar seqüências caça-níqueis. Hoje em dia tem mais um agravante: mesmo que o filme naufrague nas bilheterias, os estúdios ganham dinheiro com as TVs a cabo e o crescente mercado do DVD. Dirty Dancing - Noites em Havana (Dirty Dancing 2, 2004) é a mais nova prova desse pensamento. Sem dúvida, um sério candidato a pior filme do ano.

O enredo já está surrado de tanto que foi usado anteriormente. Katey Miller (Romola Garai) é obrigada a se mudar para Havana quando seu pai assume um cargo de executivo de uma grande empresa americana localizada na capital de Cuba. O que esperam de Katey, uma garota estudiosa e desajeitada, é que ela se junte ao sofisticado grupo de adolescentes norte-americanos que são vizinhos de sua família no exclusivo Hotel Oceana. Mas, em vez disso, a menina se sente atraída pelo orgulhoso e determinado Javier (Diego Luna), garçom e exímio dançarino.

A batida história da menina branca de classe média alta que se apaixona pelo rapaz pobre e latino ganha sua versão mais pueril na pele do casal. Os atores Diego Luna e Romola Garai conseguem ser piores que a maioria das modelos que tentam ingressar na carreira atriz. A dupla é sem expressão, sem carisma e sem talento. Luna parece um clone do sumido Ralph Macchio, protagonista da franquia Karate Kid. A qualquer momento parece que o ator mexicano vai incorporar o famoso golpe da gazela em seus passos de dança. Garai não fica muito atrás com sua atuação de caras e bocas de menina pura e virginal, mas que no fundo quer se rebelar e transformar-se em mulher. Por mais absurda que pareça, os realizadores insistem que essa transformação vai acontecer pela dança. Para facilitar, inventam até um concurso de dança.

A todo momento surgem furos no roteiro. Personagens aparecem e somem, sem qualquer tipo de função para a história. Certas passagens são constrangedoras e tratam o espectador como se fosse débil mental. Colocar a trama nos dias que antecederam a Revolução também é um equívoco e um desrespeito ao povo cubano. O interessante é que todos os participantes da competição são cubanos de classe baixa, mas parecem estar muito felizes com a situação do país. O povo está sempre dançando e se divertindo. A revolução parece uma obsessão de meia dúzia de pessoas. Soa tão falso que em certos momentos a história parece estar acontecendo na Miami nos anos 80. A dança, que supostamente deveria dar um clima erótico, aparece patética na tela. O diretor Guy Ferland não possui nenhuma intimidade com o meio e resolve todas as questões de forma banal e sem credibilidade.

Pior para Patrick Swayze. O ator aparece numa ponta, que segundo os produtores, é uma homenagem ao primeiro filme. O efeito, no entanto, é contrário. Apesar dessa nova produção acontecer em 1958 (o primeiro filme se passa em 1963), Swayze está com o rosto muito envelhecido e inchado de tanto botox. Causa tristeza ver o antigo galã descer ladeira abaixo. Era melhor se aposentar do que pagar esse mico.

Nota do Crítico
Ruim