Em A Inquilina (The Resident, 2011), Hilary Swank vive uma médica que se separa do namorado e está em busca de um novo apartamento, até encontrar uma vaga em um prédio antigo no Brooklin, com vista incrível e precinho lá embaixo. Mas não demora para que o encanto com a nova casa se dissipe, dando espaço à percepção de que uma presença sinistra habita o lugar.
A Inquilina
A Inquilina
Apesar do ponto final da história ser razoavelmente previsível, o roteiro se desenvolve de maneira interessante e logo mostra a que veio. Sem gastar tempo explorando o que seria a tal presença misteriosa ou criando desnecessárias situações de susto, o filme se concentra em estabelecer logo a tensão entre a inquilina e o dono do prédio, vivido por Jeffrey Dean Morgan (Os Perdedores, Grey's Anatomy), o que dá ao filme mais uma cara de thriller psicológico.
Esse suspense é bem construído, entre o voyeurismo e a obsessão, fazendo jus à herança de terror de sua produtora, a Hammer Films - que teve seus anos de glória entre 1950 e 1970 com filmes do Drácula, Frankenstein e outros clássicos de baixo orçamento e agora surge renovada, bancando produções como Deixe-me Entrar.
Outro mérito de A Inquilina é a montagem, que soube combinar os momentos de narrativa linear e não-linear sem pesar a mão, especialmente a troca de perspectiva entre os dois personagens principais, a inquilina e o dono do prédio. Ter Guillermo Navarro, premiado com um Oscar por O Labirinto do Fauno, assinando a direção de fotografia também ajuda.
No entanto, ainda que tenha qualidades, o filme perde pela atuação de sua protagonista, a vítima com quem o espectador deve se identificar e por quem deve torcer. Hilary Swank parece estar atuando no automático e claramente não serve para fazer a personagem certinha e meiga do começo da história. Quando chegam as cenas de maior intensidade, ela convence, mas ainda bem longe dos grandes papeis que marcaram sua carreira, como em Meninos Não Choram e Menina de Ouro. Obviamente não é nenhum Clint Eastwood o estreante Antti Jokinen, finlandês que dirige A Inquilina depois de construir carreira nos videoclipes e que não parece ter na direção de atores o seu forte.
A Inquilina pode ser um bom filme para os frios na barriga de uma sexta-feira à noite, mas não espere ser surpreendido.
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