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Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos | Critica

Um ponto preto no mundo brilhante da fantasia teen

17.10.2014, às 16H09.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Em uma cena de Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, uma criança possuída por um demônio e está prestes a atacar a protagonista quando é agarrada por um lobisomem. Mesmo que não mostre sangue ou a violência do ataque, o trecho exemplifica a pitada de coragem que torna o filme um ponto dissoante da fantasia adolescente atual.

instrumentos

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A trama baseada no livro de Cassandra Clare segue os padrões necessários para agradar seu público. A moça destemida, o bad boy misterioso e o nerd amigável estão presentes. O desenvolvimento escolhido para as relações e a forma como elas são apresentadas, no entanto, é que o difere dos semelhantes. Tivesse mais apreço pelo desenrolar destas e menos pela ação, Instrumentos Mortais seria ainda melhor.

No longa, Clary Fray (Lily Collins) testemunha um assassinato cometido por jovens tatuados e com aparência gótica - eles são Caçadores das Sombras, uma raça que digladia com demônios no plano terrestre. Quase sem perceber, a moça é envolvida em um novo mundo cheio de criaturas bizarras e guerreiros mágicos - do qual, na verdade, faz parte há tempos.

O universo preto e gore de Instrumentos se sustenta, principalmente, pelos seres malignos - sempre com maquiagens pesadas, bem feitas e incomuns no cinema juvenil. Por outro lado, o elenco principal carece de talento, ainda que tenham um material interessante para trabalhar. A falta de expressão de Jamie Campbell Bower e a canastrice de Jonathan Rhys Meyers não ajudam a estabelecer uma simples conexão de empatia com espectador.

Instrumentos Mortais acerta mesmo quando investe, ainda que de forma tímida, nas relações estabelecidas pela história de Clare. Homossexualidade e preconceito são expostos sem alarmismo, fato raro quando se vive num momento em que ser revoltado e proferir causas ao léu viraram commodities de personalidade. Os temas não ganham o destaque merecido na história, que opta pelo desenvolvimento de sua mitologia - atitude compreensível, afinal, há toda uma série a ser explorada.

Em tempos de tantas fantasias sem criatividade, o mínimo de tempero de Instrumentos Mortais o faz ser diferente. Está longe de ser exemplar ou se igualar a produções como Jogos Vorazes, mas tem seu valor estabelecido na sutileza com que trata algumas relações. E isso, por si, merece elogio.

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Nota do Crítico
Bom