Filmes sobre festas não são novidade. Já vimos uma grande variedade deles, desde os jovens menores de idade que quebram a lei ficando embriagados, festas de casamento, aniversário, bodas, enfim, todos os tipos de comemoração. É bom apontar, no entanto, que a maioria dessas produções foca exclusivamente em pessoas jovens, sempre deixando o papel do chato que põe fim a farra ao ator mais velho. Irmãs é um dos poucos filmes que escolhe reverter a situação, colocando as atrizes mais velhas bem no centro do furacão.
A premissa é simples: duas irmãs, a descompensada Kate (Tina Fey) e a certinha Maura (Amy Poehler) descobrem que seus pais estão vendo a casa na qual elas cresceram e decidem dar uma última festa de despedida. Conhecidas por suas épicas festas de colegial, as duas não medem esforços para tornar essa a mais memorável noite de suas vidas.
Existem alguns estereótipos que acompanham pessoas de mais de 40 anos, principalmente suburbanos da Flórida retratados nas telonas: suas vidas, que costumavam ser recheadas de festas e bebedeiras a fim, passam a ter zero diversão. Se tornam somente jantares sem graça e noites no sofá. Irmãs chega para mostrar que alguém só precisa acender o fogo para que tudo volte a ser como antes.
Como todo bom filme de festa, tudo sai do controle com rapidez. Bebidas lícitas logo viram drogas ilícitas e a festa das irmãs Ellis toma proporções imensuráveis. O roteiro de Paula Pell (colega de Fey e Poehler desde os tempos de SNL) não se esforça em trazer nada de diferente à trama, mas o elenco formado por atores da mesma panelinha do trio ajuda. Diálogos rápidos e dinâmicos, piadas com múltiplas punchlines e intimidade na atuação são uma aula de improvisação - assunto que as crias de SNL são especialistas.
A subversão dos ideais em Irmãs traz a tona também uma das questões que assola Hollywood: mulheres mais velhas não podem mesmo interpretar papéis divertidos e não só mães, tias, avós, professoras, etc? Quando uma das pessoas mais jovens de todo o filme é a responsável filha de Kate, Haley (Madison Davenport), Pell exemplifica a grande problemática da indústria.
Apesar de usar inúmeros recursos para combater o sexismo e explorar importantes pontos necessários para combater preconceitos em Hollywood, Irmãs é um filme cheio de clichês e sem nenhuma surpresa. No entanto, o filme traz boas risadas para aqueles que entendem a dinâmica Fey-Poehler e de seus colegas de elenco.