Nicholas Sparks (Um Homem Bom, Querido John) é um autor conhecido por criar romances água com açúcar, recheados de casais apaixonados que se separam e se juntam de novo ao longo da vida, tendo como diferença apenas os dramas e tragédias que enfrentam e tentam impedir o "amor perfeito" dos protagonistas. Em O Melhor de Mim (The Best of Me), a adaptação não foge da já saturada fórmula de Sparks e nos entrega um filme com uma linda fotografia, mas uma história que não cativa.
Desta vez, o casal principal é formado por Dawson (James Marsden, o Ciclope de X-Men e X-Men 2) e Amanda (Michelle Monaghan), que se conhecem durante a adolescência no início dos anos 90 e se apaixonam perdidamente. Os dois vivem o clichê do amor impossível, com Amanda vindo de uma família rica de uma pequena cidade da Louisiana, e Dawson vivendo com dificuldades junto de seu pai malvado e seus dois irmãos igualmente sem caráter. Quando o jovem (vivido nesta época pelo fraco Luke Bracey) resolve fugir de casa e tentar uma vida melhor, ele é acolhido por Tuck (Gerald McRaney), um ex-militar viúvo que vive sozinho desde a morte de sua esposa. Tuck apóia a relação do casal e surge um grande laço de amizade entre os três.
A trama começa no dias de hoje, quando Dawson e Amanda, separados, recebem uma ligação informado o falecimento do velho amigos. Tendo seus nomes vinculados no testamento de Tuck, ambos são obrigados a retornar à cidade natal e o previsível reencontro é invevitável. O roteiro intercala os momentos entre flashbacks e os dias atuais, nos explicando aos poucos os motivos da separação do casal. Liana Liberato (Se Eu Ficar) que interpreta a Amanda adolescente, é o único lado que realmente convence, deixando a atuação de Bracey quase intragável. Sem expressão e com dificuldades de demonstrar emoções, o espectador não consegue obter a identificação tão necessária com os personagens criados por Sparks.
Quando as cenas mudam para Marsden e Monaghan, a qualidade do longa melhora, mas ainda assim não salva o fraco roteiro adaptado por J. Mills Goodloe e Will Fetters. A fotografia do longa, por outro lado, é linda, tendo como paisagem os belos campos e lagos do sul dos Estados Unidos. Talvez a mudança no elenco (Paul Walker deveria viver Dawson nos dias atuais, mas sua morte aconteceu antes do início das gravações) tenha prejudicado um pouco o trabalho do diretor Michael Hoffman, que não consegue nos entregar uma história convincente, ainda mais surgindo depois de outro romance adaptado de grande sucesso, A Culpa é das Estrelas. Mas, como em todas as histórias de Nicholas Sparks, e evidenciado mais uma vez em Melhor de Mim, desgraça pouca é bobagem.
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