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A Menina que Roubava Livros | Crítica

Personagens mal desenvolvidos e pouco roubo de livros descaracterizam o filme

30.01.2014, às 15H54.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Filmes sobre o nazismo já vimos vários, cada um abordando um acontecimento, uma consequência, uma família ou pessoa específica que viveu, à época, sob o intenso comando de Hitler. Em A Menina que Roubava Livros, conhecemos a história de Liesel Meminger (Sophie Nélisse), uma jovem filha de mãe comunista que também sofreu com o regime alemão.

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Somos apresentados à Liesel pela Morte, que narra o longa - narrativa essa que aparece somente quando conveniente, se ausentando durante grandes porções do filme. É logo que entendemos a árdua jornada da garota: sua mãe, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto, deixando a jovem ainda mais sozinha e desamparada.

Sua saga como ladra de livros inicia-se no breve enterro de seu irmão. O coveiro deixa cair um livro, que é logo surrupiado por Liesel. Curiosamente, são poucos os livros que ela realmente rouba dali em diante. O foco principal da trama passa a ser os relacionamentos da garota, como ela muda as vidas ao seu redor e vice-versa.

Rudy (Nico Liersch), seu melhor amigo, apoia Liesel na escola e em casa. Sua personalidade mais aberta e expansiva ajuda a menina a não ser tão fechada. Ao conhecê-lo, ela passa a compartilhar mais sobre si mesma e entende o valor de uma verdadeira amizade. Hans (Geoffrey Rush), seu pai adotivo, é o primeiro par de braços a acolhê-la após ser deixada pela mãe biológica; já sua esposa Rosa (Emily Watson), forte e dura, passa disciplina e respeito.

Também são presentes na vida da menina Max (Ben Schnetzer), um judeu fugitivo que encontra refúgio no porão de Hans e Rosa; e Ilsa (Barbara Auer), a esposa do prefeito. Ambos, assim como Hans, incentivam a leitura da garota - mas não têm impacto tão profundo quanto os três primeiros. O desenvolvimento de personagens, principalmente de Max e Ilsa, é superficial e deixa a desejar, causando um grande desfalque na trama do filme, que se apoia principalmente nisso.

A montagem da narrativa, picotada e ansiosa, também não se encaixa na trama calma de A Menina que Roubava Livros. Cenas curtas e desnecessárias abrem caminho em meio a importantes pontos da trama. Max, um dos portos seguros de Liesel, passa boa parte de seus momentos doente e inerte, sem interagir com a menina, que lê livros "emprestados" para fazê-lo retomar a consciência.

Por fim, a história de Liesel não é somente sua - muito menos de seus momentos como ladra. Entendemos as dificuldades não só dos rejeitados por Hitler na Alemanha nazista, mas também dos mais pobres, dos jovens que eram obrigados a cumprir deveres militares e dos inúmeros sacrifícios que todos deviam fazer para proteger os mais afligidos. A menina que roubava livros é um mero fio condutor para mostrar como aqueles tempos eram ruins.

A Menina que Roubava Livros | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular