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Por definição, ex-namoradas são sinônimo de problema. Pior ainda se for daquelas que não se conforma com o fim do relacionamento. Porém, como nos ensinou Murphy com suas incontestáveis leis, tudo pode piorar. É o que acontece com Matt (Luke Wilson), um arquiteto que começa a sair com Jenny e descobre que ela, na verdade, é a super-heroína G-Girl (Uma Thurman), que tem superpoderes até na cama... Os problemas dele começam quando decide pular fora do relacionamento, ao perceber que ela é possessiva, impulsiva, ciumenta, neurótica e tem um temperamento incontrolável. Somando todos estes fatores à superforça, capacidade de voar e tal, você já consegue imaginar o tamanho da encrenca em que ele acabou de se meter, né? Desconfiada que tudo terminou porque ele estava saindo com uma colega do escritório (Anna Farris), G-Girl passa a tratá-lo como seu pior inimigo e as situações mais exageradas possíveis começam a pipocar na tela. O tom do filme, com suas piadas constantes é uma marca do diretor Ivan Reitman, responsável por um dos maiores ícones oitentistas, os Caça-Fantasmas. E Reitman prova que está em plena forma, apesar de ter dirigido pela última vez em 2001, o filme Evolução. Boa parte dos seus méritos tem de ser dividido com o elenco. Luke Wilson e Anna Ferris já são velhos conhecidos das comédias. Ele, com a sua cara de cachorro sem dono, mais especializado nas românticas. Ela, nas escrachadas, como a série Todo mundo em pânico. Já Uma Thurman, que faz ao mesmo tempo uma heroína (para os cidadãos) e vilã (para Matt) está ótima, mesmo com uma personagem tão caricata. Se parasse por aí, o filme seria uma ótima paródia das histórias de super-heróis - como são, por exemplo, Os Incríveis e Corpo Fechado. Mas ao incluir personagens descartáveis - como o melhor amigo (Rainn Wilson, dos seriados A Sete Palmos e The Office) e um supervilão (Eddie Izzard) só para contar de onde vêm os tais superpoderes -, a força da trama é diluída. É mais ou menos como se o Superman passasse a ser apenas o Clark Kent.