Imogone (Kristen Wiig) é a típica filha mais velha da família disfuncional estadunidense: problemas com a mãe, um irmão mais novo dependente e um passado complicado. A diferença aqui é que ela não está mais no colégio. Imogene é uma mulher crescida que passa por dificuldades em sua vida profissional e amorosa - então decide fingir um suicídio para chamar atenção.
Minha Vida Dava Um Filme
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Minha Vida Dava Um Filme
Baseado na vida da roteirista Michelle Morgan, Minha Vida Dava Um Filme (Girl Most Likely) é uma tentativa de expor para o mundo que não há problema em procurar os braços dos pais, independente de quantos anos tenha, mas que é preciso aceitar que mudanças devem ser feitas.
Inicialmente, os acasos de Imogene parecem estar todos acontecendo ao mesmo tempo: seu namorado não a quer mais, seu chefe não gosta de seu trabalho, sua melhor amiga tem outros interesses e o locador do apartamento em que vive não aguenta mais atrasos no aluguel. Há uma rapidez, uma urgência em expôr que quando a vida dá errado, ela dá muito errado.
Em questão de dias Imogene, então, se vê morando com a mãe, Zelda (Annette Bening), no chão da sala em uma tenda de lençóis feita por seu irmão Ralph (Christopher Fitzgerald), já que seu antigo quarto está alugado para Lee (Darren Criss), um hóspede qualquer. Seu mundo, completamente diferente em Nova York, não se encaixa em Ocean City - é preciso encontrar uma maneira de deixar tudo aquilo de volta no passado e voltar a viver ao lado de Peter (Brian Van Woodsen).
Nada foge muito dos clichês em Minha Vida Dava Um Filme e a simples direção de Shari Springer Berman e Robert Pulcini (de Cinema Verite e Diário de Uma Babá) não ajuda. A transição na vida de Imogene não é marcada por um ângulos diferentes, uma trilha sonora vibrante ou por uma nova paleta de cores, mas sim por uma simples troca de roupa. Ao invés dos vestidos finos, das blusas de seda e saias cosmopolitas, ela passa a usar suas antigas roupas, entre coletes jeans, saias e vestidos floridos.
As atuações, no entanto, acabam dando todo o tom necessário para que haja uma maior identificação do público com a situação. Cada um faz seu papel ao expôr de maneira singela o principal problema de seu personagem: ao aceitar rapidamente a amizade com Lee, é possível perceber a necessecidade de Imogene por um contato pessoal sincero. Sua mãe, por outro lado, busca alguém que não a abandone e volte para casa no final do dia em George (Matt Dillon). Ralph encontra compreensão em seus crustáceos, mas também quer alguém que o entenda e aceite da maneira como é.
O acaso aponta os erros cometidos por Imogene. Cada verdade que ela refuta volta para si com uma pergunta ainda pior, escancarando o fato de que ela conseguiu tudo aquilo que queria, mas não lutou suficientemente para se manter em tal posição. A aceitação daquilo que realmente tem, uma família que a ama incondicionalmente, é o primeiro passo para sua libertação pessoal.