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Missão Madrinha de Casamento | Crítica

Kristen Wiig domina a versão feminina dos bromances de Judd Apatow

22.09.2011, às 19H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H27

Desde que Judd Apatow começou a ser tratado como o epicentro de sua geração pela crítica e pela mídia, as comédias que ele escreve, produz ou dirige são analisadas pelo viés do autorismo. Embora Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids) tenha Apatow apenas como produtor, é difícil não enxergar o filme como uma resposta às acusações de misoginia que ele carrega desde Ligeiramente Grávidos.

bridesmaids

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Bridesmaids tentaria, portanto, emular o clima de bromance dos filmes do diretor de O Virgem de 40 Anos,mas com sexo trocado; saem os maconheiros eternamente adolescentes e entram as mulheres com mais de 30 anos, companheiras nos dilemas balzaquianos. Quando Bridesmaids começa, porém, fica claro que bromance entre mulheres ("sismance"?) é uma invenção que só existe em mundos de fantasia como o de Sex and the City.

Kristen Wiig interpreta Annie, a madrinha do casamento de sua melhor amiga, Lilian (Maya Rudolph). Annie perdeu para a recessão seu pequeno negócio, não consegue manter relações estáveis com homens - e não tem o menor talento para despedidas de solteira ou chás-de-cozinha. Helen (Rose Byrne), a nova amiga de Lilian, por outro lado, é magra, linda, bem casada - e nasceu pra organizar casamentos.

A rivalidade entre Annie e Helen desponta desde o começo de Bridesmaids e já mostra que aquelas relações de brodagem de Seth Rogen, Paul Rudd e Cia. são inviáveis no universo feminino. Os losers de Apatow são um poço de sinceridade ingênua, com suas declarações de amor entre si, enquanto as mulheres de Bridesmaids falam em códigos - quando mais doce a entonação de voz, maior o veneno. Obviamente, há companheirismo no decorrer do filme, mas o que move a trama adiante - e que gera o humor - são os arroubos de inveja.

O roteiro escrito por Kristen Wiig e Annie Mumolo entende esse lado negro das mulheres - e ao final de Bridesmaids é impossível não pensar que a verdadeira "autora" do filme é Wiig. Ela é colocada em algumas situações masculinas típicas das comédias de Apatow - brincando de polícia na estrada, barbarizando com o carro - mas o que fica na memória, mesmo, é a cena em que ela enche a boca com um cupcake recém-assado, comido com um semblante sem culpa mas também sem muito enlevo (ao contrário das comédias românticas padrão, que sempre fazem as mulheres gemerem quando comem doces).

Kristen Wiig monopoliza o filme, fica difícil dissociá-la da persona criada em sete anos de Saturday Night Live, mas não dá pra negar que, no fim, ela dá à comédia um toque seu.

Missão Madrinha de Casamento | Cinemas e horários
Omelete Entrevista Paul Feig
Omelete Entrevista Kristen Wiig e Maya Rudolph

Nota do Crítico
Bom