Com uma certa dose de mistérios e algumas surpresas, Na teia da aranha diverte, mas nem de longe faz história.
Continuação de Beijos que matam (Kiss the girls, 1997), o filme traz novamente Morgan Freeman no papel do detetive Alex Cross. Como sempre, o ator prova que, mesmo usando apenas uma ínfima parte do seu talento, basta sua presença na tela para que todos os outros atores e a direção ganhem em qualidade.
Alex Cross é um policial na capital americana especializado em traçar perfis psicológicos de criminosos. Ele é conhecido por seus livros publicados e muito respeitado pelo FBI. Logo no início do filme, sofre um trauma que o leva a se afastar do trabalho por quase um ano. Durante esse auto-exílio que lentamente o consome, um crime em particular é cometido.
A filha de um senador é sequestrada no colégio onde estuda. Apesar da segurança máxima do local, a menina é levada sob o nariz da agente do FBI, Jezzie Flannigan (Monica Potter). O sequestrador faz apenas uma exigência: quer Alex Cross no caso.
Intrigado com a motivação do professor, Cross começa a investigar o crime. Naturalmente, deseja fazê-lo sozinho, mas a agente Flannigan tem motivos pessoais para estar na investigação, o que convence o detetive a aceitá-la como sua parceira.
A partir daí, o roteiro tem seus méritos. Consegue o tempo todo fazer com que tentemos adivinhar o que está acontecendo, mas lamentavelmente escorrega em algumas situações improváveis. A impressão final é que os personagens (exceto Cross) não foram muito bem construídos, tomando atitudes que normalmente não teriam. Há algumas reviravoltas interessantes na trama, mas nem elas tiram o filme da média.
Enfim, se é diversão despretensiosa que você procura, vá assistir Na teia da aranha. Se é um thriller de suspense, fique em casa e assista (de novo) Seven, Os Suspeitos ou O Silêncio dos Inocentes. Esses sim são sensacionais exemplos do gênero.