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Crítica

O Senhor dos Ladrões | Crítica

O Senhor dos ladrões

19.01.2006, às 00H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 19H01

O Senhor dos ladrões
The Thief Lord
Alemanha, 2006
Aventura, 96 min

Direção: Richard Claus
Roteiro: Richard Claus, Daniel Musgrave

Elenco: Vanessa Redgrave, Caroline Goodall, Jim Carter, Aaron Johnson, Rollo Weeks, Alice Connor, George MacKay, Lathaniel Dyer.

Com todo o sucesso das adaptações de livros infanto-juvenis para o cinema, produtores correm licenciando toda obra do gênero que encontram pela frente. Os livros da bem-sucedida alemã Cornelia Funke, por exemplo, em breve começarão a pipocar por aí, já que os mais famosos, como Inkheart, já foram comprados. Mas o primeiro a chegar aos cinemas não é oriundo da endinheirada Hollywood, como era esperado, mas de uma produtora da pátria da escritora. Richard Claus (O pequeno vampiro, Um lobisomem americano em Londres) não só assegurou os direitos como co-escreveu a adaptação e a dirigiu.

A história acompanha dois órfãos recentes, Próspero (Aaron Johnson) e o pequeno Bonifácio (Jasper Harris). Separados pelos tios que adotaram o irmão menor, eles resolvem fugir para ficarem juntos. Seu destino é a maravilhosa Veneza, cidade da qual a mãe falecida constantemente contava belas fábulas. Chegando lá, acabam esbarrando em uma figura misteriosa, o Senhor dos Ladrões (Rollo Weeks), um justiceiro mascarado que rouba dos ricos para manter um grupo de órfãos. Convidados a se juntarem a eles, Próspero e o irmão começam a se integrar, mas sua situação muda depressa, já que os pais adotivos de Bonifácio chegam à cidade e contratam um detetive particular para encontrá-lo. Além disso, uma missão do Senhor dos Ladrões os colocará no caminho que um antigo artefato mágico. Pra piorar, nem mesmo seu novo protetor é exatamente o que diz ser...

A produção é um tanto precária. Tecnicamente é bastante comum, sem grandes talentos tanto na equipe quanto no elenco. É apenas uma aventura infantil simples, do tipo "garotos fugitivos encontram aventuras enquanto fogem dos adultos maus".

As maiores virtudes do filme são as locações. Totalmente rodado em Veneza e Eschsur-Alzette (em Luxemburgo, um clone da cidade italiana), O Senhor dos Ladrões explora de forma competente a arquitetura e a beleza plástica dos locais para criar situações de aventura e magia. Não fosse isso, poderia muito bem ser um enorme fiasco. A beleza da cidade dos canais salva a produção. De qualquer forma, ela não poderia se passar em outra localidade. O texto relaciona importantes acontecimentos e locações à cidade e sugere que ela seja mágica, o que explica a derradeira busca das crianças. Se a idéia de uma cidade com poderes agrada, ficamos imaginando como ela seria ainda melhor se o filme tivesse explorado mais a fundo esse aspecto.

De qualquer forma, como para comprovar nossas impressões, acompanhamos a projeção num cinema lotadíssimo de crianças e foram poucas as risadas, o que prova que não só para nós, mas para o público-alvo, o longa pareceu um tanto enfadonho. De fato, os 95 minutos parecem mais de duas horas. Duas das únicas explosões dos pequenos ocorreram, pasme, quando uma das personagens chama outra de "velha coroca" e quando os vilões caem num canal. Aí o cinema veio abaixo. Curiosíssimo. De acordo com o "palmômetro" da molecada, faltou pastelão, pelo visto.

Nota do Crítico
Regular