Cena de Operação Natal (Reprodução)

Filmes

Crítica

Operação Natal é comédia de ação dos anos 90 sem perder o espírito natalino

Longa com The Rock é aventura fofa em contexto nostálgico pós-super-heróis

06.11.2024, às 06H30.
Atualizada em 06.11.2024, ÀS 08H59

Se você cresceu entre os anos 1990 e o início dos 2000, provavelmente tem boas memórias de filmes natalinos como Milagre na Rua 34 e Um Herói de Brinquedo. O espírito de Natal cria vida no primeiro, enquanto o segundo traz uma comédia mais física; Operação Natal agora une os dois elementos, puxado por protagonistas associados ao cinema de ação. Dirigido por Jake Kasdan (responsável pelo reboot de Jumanji), o filme procura equilibrar sentimento com adrenalina para não passar apenas como mais um ruído branco no almoço de família no Natal.

O Papai Noel vivido por J.K. Simmons é praticamente um super-herói, exemplificado pelo corpo sarado de Nick, apelido carinhoso do personagem. O filme trata o Natal, de acordo com o imaginário da fantasia da nossa época dominada pela Marvel, como uma grande operação de guerra, ao mesmo tempo em que espalha o sentimento otimista e contagiante de alguém que trabalha 364 dias no ano para uma maratona de boas ações na véspera de Natal.

Dwayne Johnson reforça sua persona de truculência caricatural ao interpretar Callum Drift, o chefe de segurança do Papai Noel. Suas caras e bocas e falas rápidas ao explicar o contexto da missão não são nada diferentes de quando ele está resgatando pessoas em San Andreas ou Malibu. Fica difícil imaginar outro ator para o papel; The Rock reafirma sua posição no cinema-família sendo o mais The Rock possível. Já Chris Evans traz um pouco da marra de seu Johnny Storm para o mercenário Jack O'Malley, caçador de recompensas que Callum procura como aliado quando, de repente, o Velho Noel simplesmente desaparece.

A busca pelo Bom Velhinho é o mote do filme de Kasdan, como em muitas aventuras natalinas que funcionam como corridas contra o relógio da entrega dos presentes. No papel da vilã Gryla, Kiernan Shipka tem pouco tempo de tela para brilhar. O roteiro a isola do restante do elenco, o que dificulta interações com a dupla de protagonistas que poderiam ser mais memoráveis, enquanto Lucy Liu encontra na comédia sutil um bom formato para a sua personagem, Zoe. Chefe do departamento responsável por rastrear e proteger criaturas mitológicas, a agente vai além do meramente expositivo - numa trama que esboça uma construção de mitologia com pretensões de franquia - e abraça o absurdo com bom efeito cômico.

Unido ao humor e à ação, é possível esperar de Operação Natal momentos fofos típicos de filmes natalinos. Sim, eles existem e um em particular pode exigir aquele lencinho estratégico, o que salva a conclusão de ser estritamente repetitiva como em outros títulos semelhantes. Está tudo lá, sem tirar nem pôr. Em alguns anos, Operação Natal pode até se tornar o filme do almoço de 25 de dezembro cujos diálogos já citamos de memória.

Nota do Crítico
Bom