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Os 33 | Crítica

Filme aposta na emoção para contar história real de mineiros soterrados no Chile

28.10.2015, às 13H56.

Em uma época em que o cinema explora a angústia do isolamento fora do nosso planeta em filmes como Gravidade e Perdido em Marte, Os 33 traz um contraponto interessante ao mostrar um ambiente extremamente hostil, a algumas centenas de metros de nós. Dirigido por Patricia Riggen (Sob a Mesma Lua) e com Antonio Banderas como protagonista, o filme reconta a história real dos 33 mineiros chilenos que ficaram presos na mina San José, em 2010, após um desabamento.

É difícil dar espaço de tela suficiente para 33 personagens, sem contar o núcleo das pessoas que organizam o resgate e as famílias, então Riggen prioriza os nomes mais fortes de seu elenco: Banderas (em atuação teatral como o líder dos mineiros), Juliette Binoche (irmã de um dos soterrados) e Rodrigo Santoro (como o recém-empossado Ministro de Energia).

A cena do desmoronamento é bem feita e dá conta da grandiosidade que cerca o incidente, mas Os 33 se desenrola mais como um suspense de pequenas ações. Uma delas é a posição do governo, que não quer os impactos negativos no caso de uma falha na missão de salvamento, e a decorrente repercussão na mídia. Apesar do debate em torno das causas do acidente e da reação do governo, o filme rapidamente deixa essa discussão de lado (e só volta a mencionar a companhia mineradora nos créditos finais) e se ocupa da jornada emocional do resgate.

Para quem conhece a história real dos 33, esse investimento do filme na criação de um suspense sobre o risco de vida dos mineiros pode parecer exagerado. De qualquer forma, não dá para condenar o cinema por tentar tornar a história mais empolgante do que ela realmente foi. Nesse sentido, Os 33 não tem nada de excepcional em relação a outros filmes de resgate em condições climáticas extremas, e tudo aqui que poderia ser uma particularidade da América Latina (os desdobramentos políticos, o mito da fraternidade multinacional) se torna acessório num filme feito para emocionar.

Nota do Crítico
Bom