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Crítica

Crítica: Os gatões - Uma nova balada

Os gatões - Uma nova balada

22.09.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Se tivesse que definir Os gatões - Uma nova balada (The Dukes of Hazzard, 2005) em apenas uma palavra, ela seria "diversão". Se me permitissem mais duas palavras, eu ficaria na dúvida entre utilizar "General Lee" ou "Jessica Simpson". Se você nasceu nos anos 70s deve se lembrar do seriado de TV Os gatões. Na época, o que chamava a atenção dos jovens era o estilo irreverente dos primos Bo e Luke Duke (Tom Wopat e John Schneider), os shorts jeans curtos de Daisy Luke (Catherine Bach) e o Dodge Charger laranja conhecido como General Lee.

Os gatões - Uma nova balada

Os gatões - Uma nova balada

Os gatões - Uma nova balada

Neste remake, o produtor Bill Gerber apostou suas fichas na memória destas pessoas. Ao contratar o roteirista John OBrien e o diretor Jay Chandrasekhar, pediu para deixarem de lado o estilo parodístico que determinou o relativo sucesso de Starsky & Hutch (2004). Sua intenção era homenagear o material original. A julgar pelas inúmeras cenas em que o General Lee é pilotado e Daisy aparece para mostrar seus atributos físicos, as novas imagens ficarão guardadas no inconsciente dos fãs por muito tempo. O carro mostra que está em plena forma, continua voando (algumas vezes, literalmente) e não deixa de lado seus principais charmes: a buzina que toca o hino dos confederados e a entrada pelas janelas. Já Daisy Duke encontrou um par de pernas à altura da sua fama na cantora de country Jessica Simpson. A petite dublê de atriz entende seu papel e deixa os marmanjos babando a cada rápida aparição na telona. Se você não está acreditando, ou já viu o filme e quer rever Jessica em ação, assista aqui ao clipe dela cantando "These boots are made for walkin", clássico de Nancy Sinatra, em uma gostosa versão country.

A trilha sonora, aliás, é bem servida e conta com AC/DC, ZZ Top e Willie Nelson, que participa do filme como o tio Jesse, fabricante do uísque ilegal que Bo (Seann William Scott) e Luke (John Knoxville) distribuem pela cidade enquanto os policiais não estão olhando. Quem também faz uma ponta é a eterna Mulher-Maravilha Lynda Carter, como Pauline, uma amiga da família Duke. Lynda, aos poucos, vai voltando aos holofotes. Marcada pelo passar dos anos, mas ainda bastante bonita, ela está ainda no elenco de Super Escola de Heróis e deve fazer uma participação especial no longa da amazona que está sendo criado por Joss Wesddon (leia aqui).

Mas não espere nenhuma maravilha da trama de Os gatões, nem atuações dignas de ganhar prêmios (no máximo um MTV Movie Awards... e olhe lá!). A história é tão simples que falar algo além do mínimo poderia estragar a diversão. Por enquanto, tudo o que você precisa saber é que o clima da série de TV foi mantido e mostra dois jovens, a prima deles (já disse que ela veste um shortinho muito curto?) e um carrão laranja. A desculpa para reuni-los é deter o coronel que domina a região - Chefe Hogg, interpretado por Burt Reynolds - de fazer algo muito ruim para todos, menos para seu próprio bolso, claro. Os personagens são todos caricatos - como o nerd que gosta de explodir coisas, o policial puxa-saco e seu ajudante bobão e totalmente apaixonado por Daisy - e as situações são os velhos clichês de sempre: forasteiro espertalhão mexendo com quem não deve, jovens fumando maconha, yada yada yada...

Se você não se importar com isso, vai ter 1h45 de diversão simples e eficiente, uma comédia de ação com anti-heróis que desafiam a lei, como adolescentes enfrentam bedéis na escola. Mas para curtir de verdade, é necessário fechar os olhos para a falta de criatividade que toma conta de Hollywood atualmente (pra que tantos remakes???)... e abri-los somente nas cenas de perseguição sobre quatro rodas ou quando Jessica Simpson aparecer na tela.

Nota do Crítico
Bom