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Crítica

Os Horrores de Caddo Lake é suspense com resolução frenética e satisfatória

O novo filme da Max consegue resolver cada um dos mistérios criados na trama

11.10.2024, às 11H27.

Surgem tantos mistérios no primeiro ato de Os Horrores de Caddo Lake que, em um determinado ponto da história, parece impossível que o filme se lembre de abordar cada detalhe e caminhar para um final satisfatório. A realidade, porém, é que ele nem precisa se preocupar com detalhes específicos. Em sua resolução, o longa conecta todos os pontos soltos da trama em uma só cartada.

É um feito surpreendente, já que as dúvidas que são plantadas ao longo do filme não são poucas. Começamos a história acompanhando Paris (Dylan O’Brien), um jovem tentando voltar à rotina dois anos após perder a mãe em um trágico acidente de carro. Os médicos dizem que ela teve uma convulsão, mas ele tem dificuldades em acreditar já que ela não tinha tido um caso há anos e apresentava sintomas não relacionados, como sangramento no ouvido. 

Em paralelo, vemos os dilemas da família Bennett/Lang: Daniel (Eric Lange) e Celeste (Lauren Ambrose) se casaram, unindo, assim, a filha dele, Anna (Caroline Falk), com a filha adolescente dela, Ellie (Eliza Scanlen). A relação entre eles já é complicada, mas piora após a caçula desaparecer enquanto tentava seguir a meia-irmã mais velha. 

Para além da morte misteriosa e do desaparecimento da menina, barcos que somem do nada, lobos são avistados no meio da água e uma área misteriosa, aparentemente à prova de som, no lago que serve como palco principal para Os Horrores de Caddo Lake. Há surpresas no filme, mas ver o nome de M. Night Shyamalan nos créditos como produtor não é uma delas.

O roteiro intrigante da dupla Celine Held e Logan George, também responsável por séries do Apple TV+ como Servo e Matéria Escura, leva quase de Caddo Lake para preparar o terreno, mas a direção, também deles, nunca deixa o filme lento ou cansativo. A troca entre narrativas, e o uso do cenário do lago titular para aumentar o suspense, instigam mais e mais o espectador – necessário para que possamos relevar os poucos, mas péssimos efeitos especiais.

No terceiro ato, no entanto, o ritmo do longa-metragem muda. Assim que a grande revelação é feita, algumas coisas se tornam fáceis de prever e o filme não parece interessado em ir além dos conceitos básicos para explicar o que está acontecendo ali. Ainda assim, as narrativas escalam de forma intensa, e a sequência de revelações e conexões feitas freneticamente faz com que desgrudar o olho se torne uma tarefa impossível.

Conforme a trama se desenrola, a gente até torce por um final diferente, mas Held e George preferem segurar as ousadias e acertar com um enredo fechado, que responde todas as perguntas. O que, querendo ou não, é muito mais satisfatório do que um final feliz.

Nota do Crítico
Bom