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Os Pinguins de Madagascar | Crítica

DreamWorks Animation leva suas aves para um voo solo seguro e divertido

14.01.2015, às 16H49.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Por mais que executivos tentem transformar em números e estatísticas qualquer tipo de comportamento, o ser humano ainda é imprevisível a ponto de "quebrar" qualquer algoritmo criado. Mas quando alguns padrões se repetem, lá vai Hollywood rastejando até o fim do arco-íris atrás do pote de ouro. Foi assim que grupos de personagens coadjuvantes fofos viraram um nicho do mercado de entretenimento. Antes dos Minions ganharem sua animação solo, chegam agora às telonas Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Madagascar, 2014), novo longa-metragem da DreamWorks Animation.

Os Pinguins de Madagascar

Os Pinguins de Madagascar

Os Pinguins de Madagascar

Desde que Capitão, Rico, Kowalski e o Recruta apareceram no zoológico do Central Park, armando formas de fugir do cativeiro para andar pelas ruas de Manhattan, em Madagascar (2005), a empatia com o público foi imediata. Não à toa eles ganharam uma série animada de enorme sucesso com a Nickelodeon que durou 149 episódios em três temporadas (de 2008 a 2013). Agora chegou a hora de provar que pinguins podem, sim, voar. E num ambicioso voo solo, sem a presença dos outros coadjuvantes do filme original que também habitavam o dia-a-dia do programa de TV.

O longa vai buscar nas tramas de espionagem inspiração para mostrar como três bebês pinguins se juntam a um ovo e se jogam no mundo atrás de aventuras. Para antagonizar a história temos John Malkovich emprestando sua voz a Dave, um polvo que se passa por humano - o prof. Octavius Brine - e pretende acabar com a fofura dos pinguins do planeta. Para ajudar as pequenas e desengonçadas aves temos a Vento do Norte, uma força tarefa de animais altamente treinados e muito bem armados chefiada por Secreto (voz original de Benedict Cumberbatch).

O roteiro de Michael Colton, John Aboud e Brandon Sawyer alterna sequências de ação com o jeito free-style e "sem noção" que caracteriza o time de pinguins desde que surgiu. Cheio de boas piadas em texto e situações, o longa tem tudo para entreter as crianças. Os adultos que acompanham os pequenos podem até sentir falta de algo mais voltado para eles, mas jamais ficarão entediados. O script não dá espaço para respirar, pulando de uma situação de perigo para a próxima sem jamais parar. Frenético como os pinguins que o protagonizam.

A DreamWorks parece não ter em seu DNA a necessidade de ficar constantemente se provando como uma empresa criativa - como acontece na Disney/Pixar -, mas sabe muito bem jogar no que é seguro e divertido, e de vez em quando ainda traz surpresas maravilhosas como Kung Fu Panda, Como Treinar Seu Dragão e A Origem dos Guardiões. Os Pinguins de Madagascar é uma destas apostas certeiras de quem já conhece o jogo e sabe do que precisa para garantir o resultado. E, convenhamos, não há ser humano que não ache o pinguim um animal fofo.