Filmes de terror de baixo orçamento são uma tendência no mundo cinematográfico dos dias atuais. Com os sucessos de franquias como Atividade Paranormal e Sobrenatural, os estúdios estão apostando cada vez mais nesse estilo de filme onde se gasta pouco e se arrecada muito. O lançamento da vez agora é Ouija - O Jogo dos Espíritos (Ouija, 2014), que adapta para as telonas a mesa Ouija, da famosa brincadeira do copo.
ouija
Se você nunca brincou desse jogo, que supostamente permite que um círculo fechado invoque espíritos, é próvavel que conheça alguém que já participou ou ouviu falar. A trama começa com a jovem Laine (Olivia Cooke, de Bates Motel) sendo surpreendida pelo suicídio repentino da melhor amiga Debbie (Shelley Hennig). Na noite anterior à sua morte, uma apreensiva Debbie comenta com a amiga que encontrou uma mesa Ouija com a qual brincavam quando eram crianças. Intrigada com os acontecimentos, Laine reúne seus amigos para jogar e descobrir a verdade sobre a morte de Debbie.
O bom início, com um ótimo plano sequência de Hennig andando sozinha por sua casa pouco iluminada até o momento em que encontra o tabuleiro, faz o filme parecer promissor. A partir daí, entram os eternos clichês do gênero de horror. Jovens assustados, mas insistentes; luzes se apagando durante o contato com o jogo e barulhos vindos do além. O estreante diretor Stiles White parece não querer se arriscar em seu primeiro desafio nas telonas, apesar do enredo proporcionar algumas possibilidades.
As cenas de susto são boas, reflexo dos efeitos especiais bem utilizados e da trilha sonora usada para causar tensão, misturada com o silêncio absoluto. Mas o roteiro escrito por White e Julie Snowden não apresenta novidades. É possível prever o que vai acontecer com os personagens, conforme o filme se dirige para o seu clímax. A virada na trama apresentada no terceiro ato chega a surpreender, mas não justifica os apuros passados pelos jovens.
Ouija - O Jogo dos Espíritos tem seus méritos, mas peca na irregularidade do roteiro. Com o bom desempenho nos Estados Unidos (arrecadou US$ 50 milhões para um custo de US$ 5 milhões), uma sequência não seria surpresa. Basta abandonar os clichês e abraçar um pouco mais a ousadia que costuma aclamar os bons filmes de horror.