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Pequenos Espiões | Crítica

Rodriguez peca novamente no abuso de informação que pretende passar ao espectador.

28.06.2001, às 00H00.
Atualizada em 13.11.2016, ÀS 02H03

Não vai ser ainda dessa vez que o diretor e roteirista Robert Rodriguez vai largar a pecha “daquele cara que fez com a bagatela de 7 mil dólares (sei, quase acredito) El Mariachi”. Em seu sétimo longa, misturando fantasia infantil com espionagem à James Bond, Rodriguez peca novamente no abuso de informação que pretende passar ao espectador.

Pequenos Espiões narra a história de dois agentes à beira da aposentadoria - o casal Gregorio e Ingrid Cortez -, forçados a cumprir uma última missão. Na telona, o veterano latin lover Antonio Banderas e a estonteante Carla Gugino (mais conhecida por participar do vídeo “Always” do dublê de ator Bon Jovi) atuam de forma espartana na pele dos “pombinhos” que escondem de seus dois filhos o passado cheio de tiros, traições e aventuras.

Fãs de carteirinha do programa infantil de um tal Fegan Floop (um Castelo Rá-Tim-Bum americanizado e bombado de dólares), os pequenos Cortez vivem em um mundo fechado em que só as palavras videogame, escola e televisão fazem parte. Nem eles, nem muito menos seus “pacatos” pais desconfiam que o estraquinado Floop é também, o inimigo número 1 da agência de espionagem OSS e, que há tempos, sequestra seus agentes para transformá-los em atrações bizarras de seu show televisivo.

Até aí tudo bem. O filme transcorre numa boa, regado de sacadas legais, engenhocas “jamesbondianas”, piadas e ritmo bacana. Mas já que o próprio diretor tratou de implodir Um Drink No Inferno com sua segunda parte carregada de absurdos e situações enfadonhas, por que não utilizar da mesma prática aqui? Quando as crianças entram em ação e o castelo de Floop se transforma no principal cenário da fita, a tela se enche de excesso de cores, computação gráfica, vilões pra lá de caricatos e lugares comuns que invadem o filme de forma devastadora. Resumindo: quase uma xaropada.

Talvez Pequenos Espiões funcione mais para os pequenos que para os adultos. Só assim para explicar porque figurou por três semanas seguidas como o mais assistido nos Estados Unidos. Não que o filme seja uma bomba, mas talvez também, chegou a hora de algum produtor de bom senso limitar novamente o orçamento de Rodriguez. Desculpe o clichê, mas quem sabe assim, o cara não volte a fazer um outro El Mariachi.

Nota do Crítico
Regular