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Crítica

Perdido em Marte | Crítica

Pai do sci-fi sombrio, Ridley Scott surpreende com divertida ficção científica

11.09.2015, às 17H42.

Ao final de Perdido em Marte (The Martian), fica uma curiosa sensação de improbabilidade. É notável, afinal, que o responsável por alguns dos filmes de ficção científica mais influentes e sombrios de todos os tempos, Ridley Scott, seja o diretor de algo tão inusitadamente divertido.

Em tempos em que filmes de gênero ficam cada vez mais realistas em tom, o que traz consigo uma carga de sobriedade, Scott vai na contramão da tendência apresentando um sci-fi alegre e repleto de emoções positivas. É quase um longa sobre as origens de um livro de auto-ajuda.

Não que isso seja negativo. Depois de errar em Prometheus, em que tentou voltar às suas origens dos anos 70/80, Scott parece ter aceitado seu próprio momento, levando às telas a leveza do romance de Andy Weir adaptado aqui por Drew Goddard.

Dessa forma, Perdido em Marte, sobre um astronauta (Matt Damon) tentando sobreviver ao ser deixado para trás pela tripulação de uma missão da NASA em Marte, resulta repleto de otimismo e bom-humor, que inclui várias referências à cultura pop. Essas cenas inteligentes, com diálogos que não se preocupam em explicar demais ciência para leigos, predominam entre as econômicas cenas de ação e suspense, que contam com a colorida e sem invencionices fotografia de Dariusz Wolski e um 3D competente.

No papel central, Matt Damon desvia-se com competência de qualquer comparação com outros atores que fizeram filmes sobre solidão e sobrevivência e despeja seu carisma através do sistema solar. Fica fácil acreditar que o mundo deseja salvá-lo, assim como já acreditamos no passado que ele merecia ser resgatado na pele do Soldado Ryan. Se tem um sujeito que não pode ficar pra trás, esse cara é Matt Damon.

Nota do Crítico
Ótimo