Refém da Paixão (Labor Day, 2013), de Jason Reitman, desafia expectativas desde o princípio. O filme emprega tensão consistente e os pré-conceitos criados no público em décadas de filmes com a mesma estrutura e reviravoltas para criar algo novo.
A trama apresenta uma família dividida por um divórcio. Mãe e filho vivem sozinhos. O garoto vê o pai e sua nova família aos domingos e se sente responsável por cuidar da mãe. É 1987 e a cultura pop é costurada no cenário, já que o menino, nos primeiros anos da adolescência, gosta de quadrinhos e ficção científica. O Império Contra-Ataca e Contatos Imediatos do Terceiro Grau, filmes que em sua essência são sobre escolhas e famílias desfeitas, podem ser vistos ao fundo.
refém da paixão
A vida da mãe e do filho, vividos por Kate Winslet e Gattlin Griffith, é abalada, porém, quando em uma manhã de verão são abordados dentro de um supermercado por um fugitivo da prisão, interpretado por Josh Brolin, e são forçados a levá-lo para casa. Reféns da situação, os dois não têm outra opção a não ser cooperar.
O filmes esconde muitas surpresas, porém, aprofundando aos poucos os personagens e explorando com competência suas motivações, que moldam o desenrolar da trama, que de certa forma lembra o clássico de Dickens Grandes Esperanças. A construção do suspense é tão eficaz quanto sua desconstrução - e Reitman faz um excelente trabalho com os atores, que desaparecem em seus papéis.
O clímax é excepcionalmente bem construído e intenso, mas as cenas finais parecem criadas para fazer ao espectador uma concessão. É um tanto decepcionante, dada a força das sequências anteriores, mas funciona graças à profundidade do desenvolvimento deles, dentro do escopo dos personagens.