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Relação Explosiva | Crítica

Dax Shepard escreve, dirige e estrela a própria piada interna

18.10.2012, às 20H03.
Atualizada em 12.11.2016, ÀS 12H00

O que você faria com US$ 2 milhões? Dax Shepard chamou a namorada (Kristen Bell), os amigos (Bradley Cooper, Michael Rosenbaum, Tom Arnold e outros tantos), conseguiu alguns carros tunados e fez Relação Explosiva (Hit and Run), uma comédia de ação cuja graça parece ter se perdido durante as filmagens, deixando a diversão para quem realizou o longa, não para o público.

hit and run

hit and run

Shepard - que escreveu o roteiro, codirigiu e até participou do processo de montagem - faz Charlie Bronson, um ex-motorista de fuga que precisa abandonar o Serviço de Proteção a Testemunha para levar sua namorada, Annie Bean (Bell), a Los Angeles. A moça busca o emprego dos seus sonhos, o posto de chefe do departamento de não-violência da UCLA. As reviravoltas começam quando o passado escuso de Bronson (antes conhecido como Yul Perrkins) é revelado, colocando Annie no meio de uma antiga rixa criminal.

Surgem então os amigos do diretor/roteirista/ protagonista/montador: Arnold, faz um agente pastelão do FBI; Rosenbaum, o Lex Luthor de Smallville, é o ex-namorado psicótico de Annie; e Cooper vive um criminoso de dreadlocks oxigenados em busca de vingança. A sintonia do elenco, contudo, ficou nos bastidores. Em cena, os personagens carecem de tridimensionalidade, tornando-se meras caricaturas. O personagem de Cooper, por exemplo, em nenhum momento faz valer sua aparência de surfista. É apenas Bradley Cooper com um cabelo rídiculo. Nada mais.

Os diálogos e as situações ora apelam ao bizarro e ao pastelão, implorando por algumas risadas, ora soam apenas como piadas internas, constrangedoras a olhos e ouvidos descontextualizados. O mesmo acontece com as célebres participações especiais que pontuam o filme. Shepard tem muitos amigos talentosos, mas não sabe aproveitá-los.

Apesar das cenas de ação tecnicamente bem executadas em um filme de baixíssimo orçamento, provavelmente graças aos esforços do codiretor David Palmer, Relação Explosiva não é nada mais do que uma cara brincadeira. Fortemente inspirado por Amor à Queima Roupa (o roteiro de Quentin Tarantino dirigido por Tony Scott em 1993), inclusive surrupiando a trilha sonora de Hans Zimmer em alguns momentos, o filme não justifica sua exibição além do círculo de amigos de Shepard. Há coisas melhores para se fazer com US$ 2 milhões.

Relação Explosiva | Trailer
Relação Explosiva | Cinemas e Horários

 

Nota do Crítico
Bom