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Separados pelo Casamento | Crítica

Separados pelo casamento

29.06.2006, às 00H00.
Atualizada em 04.11.2016, ÀS 14H00

Separados pelo casamento
The Break-Up
EUA, 2006, 106 min
Comédia/Romance

Direção: Peyton Reed
Roteiro: Jeremy Garelick e Jay Lavender, baseado em idéia de Vince Vaughn

Participações: Jennifer Aniston, Vince Vaughn, Joey Lauren Adams, Shelby Bakken, Vincent DOnofrio, Jon Favreau, George Glynn, Mary-Pat Green, Cole Hauser, Judy Davis, John Michael Higgins, James Kim, Justin Long, Brad Nelson, Keir ODonnell, Rebecca Spence, Geoff Stults

O que você espera de um filme estrelado por Jennifer Aniston e Vince Vaughn e chamado Separados pelo casamento (The Break-up, 2006)? Uma comédia romântica água-com-açúcar, certo? Se é isso que você quer ver, tente outra vez mais tarde.

Criado pelo próprio Vaughn em parceria com os roteiristas estreantes Jeremy Garelick e Jay Lavender, o longa foi pensado como uma anticomédia-romântica que quer justamente fugir da regra casal-se-encontra-surgem-os-problemas-mas-terminam-felizes-para-sempre.

Seguindo uma ordem mais realista, a história começa com os dois se conhecendo. Vem então a seqüência dos créditos, recheada de fotos que mostram dias felizes do namoro e casamento.

Corta então para o presente, quando o casal já está junto há dois anos e as pequenas diferenças começam a aparecer tanto quanto pedaços de carvão deixados no meio da neve. Daí, num daqueles dias em que nem tudo sai como planejado, uma discussãozinha sobre quem vai lavar as louças do jantar descamba para um iminente divórcio.

Deste momento em diante, o que se vê na tela é a conhecida guerra dos sexos entre Gary (Vaughn) e Broke (Anniston). As discussões entre os dois são longas e com diálogos bastante realistas. Levando-se em consideração que o filme foi rodado logo depois que Anniston se separou de Brad Pitt, é possível dizer que o longa serviu até como uma terapia para a atriz. (Principalmente levando-se em consideração que foi durante as filmagens que ela começou a namorar Vaughn.)

Até aí o filme vai bem. O problema começa com o que vem em seguida. E não estou falando das diferenças entre os dois, como no recente Terapia do amor. Embora ele seja um descendente de poloneses que rala como guia turístico de Chicago, e ela uma burguesa formada nas escolas mais chiques da cidade e que hoje trabalha numa galeria de arte, o que os separa é a falta de comunicação.

Um casal que se ama deixaria o orgulho de lado e engoliria as meias-palavras ditas no calor do argumento, tentando arrumar o que estava errado. No filme, porém, os personagens optam por se fechar e procurar amigos que, embora bem intencionados, acabam dando conselhos que vão separando os dois cada vez mais.

O diretor Peyton Reed (Abaixo o amor) e os produtores foram corajosos ao recusar a utilização da já testada fórmula. Isso pode agradar a alguns, mas também deve deixar bastante gente desapontada. Afinal não há cenas hilárias, então não dá para chamar de comédia. E como também não há romance, mas sim brigas ininterruptas entre o casal de protagonistas, torna-se impossível classificá-la como romântica. Se fosse feito de forma mais independente e lançado no Festival de Sundance, chamaria mais atenção da mídia. Como acabou não se divorciando do esquemão acabou virando apenas mais um filme entrando em cartaz.

Nota do Crítico
Bom