J. A. Bayona, diretor espanhol do terror O Orfanato e do suspense baseado em fatos O Impossível, assina a adaptação para o cinema do romance O Chamado do Monstro, de Patrick Ness.
Nele, Conor - um garoto velho demais para ser uma criança e jovem demais para ser um homem - passa por um momento crítico: sua mãe tem uma doença terminal. A situação exige mudanças, já que ela está cada vez menos apta para cuidar dele, seu pai ausente não pode acolhê-lo e a avó, com quem ele provavelmente terá que morar, é uma estranha. Pra piorar, todo dia de aula é uma tortura nas mão de três valentões.
Cada vez mais fechado em seu próprio e imaginativo mundo, o menino começa a ter pesadelos horríveis com a mãe, até que surge um Monstro na sua janela. Uma árvore colossal que cria vida e promete-lhe três histórias em troca de uma quarta. O drama fantástico imediatamente lembra clássicos do gênero como Onde Vivem os Monstros e A História Sem Fim, ambos sobre crianças enfrentando dramas de crescimento com amigos imaginários. No entanto, pelo teor bastante dramático, a adaptação aproxima-se mais de O Labirinto do Fauno, do amigo e espécie de mentor de Bayona, Guillermo del Toro.
O longa começa um tanto arrastado e a qualidade dos efeitos inicialmente não é das melhores. Conforme a história se desenvolve, porém, o jovem Lewis MacDougall, que vive Conor, começa a brilhar, apoiado pelas excelentes Sigourney Weaver e Felicity Jones - e a produção parece ter começado os efeitos pelo final, já que as cenas do monstro ficam nitidamente melhor acabadas.
Liam Neeson faz a cavernal voz da criatura e narra a história sobre a complexidade da natureza humana e consequências. As histórias são animadas como se fossem em aquarela - algo que tem um significado especial no filme - e são todas belíssimas. Mas é o espetáculo do monstro do meio para o fim que realmente desperta a imaginação e encanta, tanto pelo impacto visual como pelo significado, tristíssimo mas cheio de otimismo, que deve encontrar ressonância em qualquer um que já tenha sonhado enquanto criança.
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Crítica
Sete Minutos Depois da Meia-Noite | Crítica
Fantasia infanto-juvenil ganha vida em filme tristíssimo de J. A. Bayona
09.09.2016, às 19H44.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37
Nota do Crítico
Excelente!