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Crítica

Terceira Pessoa | Crítica

Paul Haggis volta às narrativas cruzadas com filme pretensioso e amador

19.03.2015, às 10H52.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Terceira Pessoa (Third Person, 2013) é o novo drama de múltiplas tramas do roteirista e diretor de Crash - No LimitePaul Haggis.

Third Person

O roteiro segue três casais lidando com dilemas de relacionamento em Roma, Paris e Nova York. Um dos personagens é um escritor (Liam Neeson), o que dá ao título sua "terceira pessoa". Ele e Olivia Wilde estão na subtrama parisiense; ela faz uma repórter que cobre festas na cidade e ele vive seu amante, um autor tentando escrever seu novo romance.

Adrien Brody e atriz Moran Atias (da série de TV inspirada em Crash) estão no segmento italiano. Ele é um homem de negócios que entra no bar errado, onde está a mulher, que precisa resgatar sua filha de mafiosos. Por último, Mila KunisJames Franco são um casal divorciado que briga pela custódia do filho.

Haggis trilha terreno conhecido e seguro, mas procura aqui, como novidade, ligações misteriosas entre as três histórias, buscando confundir o público. A edição carregada de "match cuts" (quando um corte é realizado aproveitando dois objetos ou movimentos de câmeras semelhantes, dando impressão de continuidade) aborrece e nenhuma das três passagens é interessante o suficiente para que nos preocupemos em voltar a ela. Os personagens são unidimensionais, as situações são completamente inverossímeis e todas possuem viradas dramáticas forçadíssimas, quase ofensivas de tão desorientadas e gratuitas.

Dessa forma, Terceira Pessoa é quase amador em sua tentativa desesperada de criar algo memorável e inteligente. Uma ego trip de roteirista incapaz de funcionar como cineasta. Um filme só é tão esperto quando seu autor... e no momento, sinto um pouco de vergonha de Paul Haggis.

Nota do Crítico
Ruim