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Crítica

Todo Mundo em Pânico 5 | Crítica

Como adicionar novos erros a uma série recheada deles

17.10.2014, às 14H32.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

No início, a tentativa de Kennen, Marlon e Shawn Wayans em satirizar os sucessos comerciais do cinema estadunidense deu certo. Por alguns anos, a combinação "baixo orçamento/alta bilheteria" fez com que a série Todo Mundo em Pânico se mantivesse, ainda que demonstrasse escassez de qualidade em qualquer um de seus episódios.

Todo Mundo em Pânico 5 foge um pouco à regra. O filme, dirigido por Malcolm D. Lee, não conta com o "talento" dos Wayans e fez a pior bilheteria da história da franquia - algo em torno de US$ 30 milhões. No entanto, para não se distanciar de seus antecessores, desfila uma infinidade de piadas velhas e de mau gosto, destruída pela fugacidade viral da internet atual - "Gangnam Style" e "Mentos e Coca-Cola" são alguns deles.

Quando tenta fazer graça com os próprios atores - como na abertura com Lindsay Lohan e Charlie Sheen - o longa não consegue superar a mais simples seleção de gifs sobre os causos de ambos. Outro fato que, abaulado pelo imediatismo da web, expõe o humor da série ao ridículo - não há nenhuma linha proclamada pelo elenco que já não tenha sido explorada por algum Tumblr, por exemplo.

Os filmes parodiados vão de Mama a Cisne Negro, passando por Atividade Paranormal e Planeta dos Macacos - A Origem. Além de escolher gêneros e épocas diferentes, Todo Mundo em Pânico 5 se inspira na trama de Mama para delinear a própria história. Além de não ter o sucesso e o reconhecimento para uma sátira, a produção de Guillermo Del Toro pouco dá espaço para a comédia - até porquê, crianças enfiando objetos em si não deveria ser uma opção, por mais que esta seja a escolha dos produtores.

Todo Mundo em Pânico 5 é o fruto de uma franquia que exauriu seu modelo de humor escatológico e de gosto duvidoso. Se como cinema não será lembrado sequer na lista dos piores de todos os tempos; como produção pode marcar o fim, ao menos momentâneo, de uma série que pouco adicionou à sua mídia.

Nota do Crítico
Ruim